CONTAS NA MESA

Atlético deve R$ 390 milhões por obras na Arena da Baixada

Propriedade da Arena pode estar em risco. Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

O Atlético divulgou, nesta semana, seu balanço financeiro referente ao ano de 2017. A diretoria, que tem a obrigação de trazer a público suas demonstrações contábeis ano a ano, colocou à disposição, através do site oficial, os números do clube e também da CAP S/A, que foi criada para gerenciar as obras de reforma e ampliação da Arena da Baixada. E justamente a conta da remodelação do estádio atleticano, que recebeu quatro jogos da Copa do Mundo de 2014 ainda é motivo de preocupação do clube.

Segundo os números apresentados no balanço da CAP S/A, o Atlético deve R$ 390 milhões (valor da dívida a curta e a longo prazo) ao Fundo de Desenvolvimento do Estado (FDE), que pertence a Agência de Fomento do Paraná e que foi usado para financiar as obras da Arena da Baixada. Desta forma, como já previsto por conta da taxa de juros, foi constatado um aumento na dívida de cerca de R$ 32 milhões.

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Por isso, o Atlético, nos bastidores, insiste em dividir igualmente com os poderes municipal e estadual a dívida do valor total da Arena da Baixada. No entanto, pelo acordo tripartite assinado em dezembro de 2011, a divisão vale apenas para o valor inicial das obras orçado em R$ 184,6 milhões. A CAP S/A, no seu balanço, divulgou que negocia a emissão complementar de R$ 133 milhões em potencial construtivo para que a dívida seja igualmente dividida.

A preocupação do Atlético no pagamento dos empréstimos tomados para a reforma e ampliação da Arena da Baixada não é à toa. Isso porque o clube colocou como garantia o próprio estádio, o CT do Caju e outros recebíveis. Portanto, o clube terá que potencializar, ano a ano, a sua receita para conseguir pagar os financiamentos.

Já no balanço do Atlético enquanto agremiação, houve uma diminuição considerável nos recebíveis com a Arena da Baixada, que corresponde a cobrança de aluguel do estádio para receber outros eventos. Enquanto em 2016 o clube lucrou R$ 9,4 milhões, no ano passado, a receita foi de R$ 5,4 milhões.

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Nos outros quesitos, porém, o Atlético viu suas receitas aumentarem em 2017 com relação ao ano anterior. Com televisionamento, o clube faturou R$ 56 milhões no ano passado contra R$ 55 milhões em 2016. O lucro com transferências de atletas foi parecido. O Furacão teve um ganho de R$ 20,7 milhões na última temporada e R$ 20,4 milhões em 2016.

Apesar de toda a briga envolvendo a diretoria do Atlético e parte dos seus sócios, especialmente com a torcida organizada Os Fanáticos, o clube teve um aumento substancial com seus associados. Lucrou, em 2017, R$ 31 milhões e, no ano anterior, R$ 28,5 milhões. Houve também um acréscimo nos ganhos com bilheteria. No ano passado, a receita foi de R$ 10,6 milhões, enquanto em 2016 foi de R$ 7,9 milhões.

O bom desempenho dentro de campo do Atlético nas disputas da Libertadores e da Copa do Brasil do ano passado impactaram nas receitas do clube. Com premiação, no ano passado, o Furacão teve um lucro de R$ 13,7 milhões. Já no ano anterior, o clube teve um ganho de premiação de apenas R$ 5,3 milhões.

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O Atlético, então, teve um superávit de R$ 26,4 milhões em 2017 e, nos seus débitos registrados no balanço no ano passado, estão transferência de atletas, direito de imagem, prestação de serviços, entre outros compromissos financeiros. No entanto, no balanço consta que o presidente do Conselho Deliberativo do Atlético, Mário Celso Petraglia, aparece como um dos credores do clube.

Segundo os demonstrativos, a dívida paga com o cartola era de R$ 2,8 milhões. O clube não confirmou a origem desse valor e afirmou apenas que a quantia foi emprestada por Petraglia ao Atlético, e que os mesmos serão pagos sem jutos e correções.