Acabou o encanto?

Atlético desaba no segundo tempo contra o Cruzeiro e cai de produção outra vez

Furacão ficou olhando a Raposa comemorar. Time de Fernando Diniz já não repete o bom futebol de um mês atrás. Foto: Albari Rosa

Está virando rotina no Atlético. Mais uma vez o Furacão fez um bom primeiro tempo, até teve regularidade, mas no final sentiu o cansaço físico e perdeu mais uma vez. Desta vez, o tropeço foi na derrota por 2×1 para o Cruzeiro, em duelo realizado na noite de quarta-feira (16), na Arena da Baixada, pela ida das oitavas de final da Copa do Brasil.

Mais do que o resultado em si – é a sétima vez seguida que o Furacão não vence, além de vir de quatro derrotas seguidas – foi no que isso se reflete. Agora, para avançar para as quartas de final da competição, será preciso vencer por dois gols de diferença no duelo de volta, que acontece só no dia 16 de julho, depois da Copa do Mundo, no Mineirão. Isso para conquistar a vaga nos 90 minutos. Qualquer triunfo por um gol leva a disputa para os pênaltis.

Um resultado que não parecia que iria acontecer. Afinal, o empate veio aos 34 e a virada só aos 47. Mas mostrou mais uma vez a fragilidade do Rubro-Negro. Outra vez o time sentiu o cansaço físico e acumulou erros de passes. A Raposa soube se aproveitar e na hora certa foi para cima e conquistou a vitória.

O que antes era a arma do Atlético, já não é mais. Trocar os passes, com a bola indo para um lado e para o outro, sem tanta objetividade, não tem surtido efeito. E contra um adversário com qualidades, isso pode se tornar mortal. O Cruzeiro mostrou não sentir medo e foi para cima no início do jogo, só que depois recuou, mas anulando as tentativas do Furacão de chegar ao ataque.

Tanto que lance de perigo mesmo, o Rubro-Negro só levou na bola parada. Foi assim que abriu o marcador, com um chutaço de longe de Thiago Carleto em cobrança de falta. E depois ainda marcou o segundo, quando José Ivaldo cabeceou após bola alçada na área, mas o defensor estava impedido.

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De resto, Fábio pouco trabalhou. Do outro lado, Santos fez pelo menos duas grandes defesas, mas não impediu o chute de Henrique, que desviou em Thiago Heleno, e nada podia fazer quando Raniel se livrou da marcação e virou, após lance que contou com falha grotesca de Zé Ivaldo.

Faltou gás para o Atlético, algo sem explicação para o time que menos entrou em campo em 2018, com apenas 14 partidas até aqui. Mais uma vez o cansaço prevaleceu e jogou contra o Furacão, que se perdeu e já não consegue chegar nem perto das boas atuações no ano, quando colocava os adversários na roda e ia para cima, aproveitando os espaços que abria com os passes.

Agora, sofre sem conseguir ter o maior domínio de bola e também sem ter uma alternativa em campo. Durante todo o segundo tempo o Rubro-Negro não foi objetivo, por não ter forças e por não saber como chegar lá na frente. Melhor para a Raposa, que se aproveitou e complicou a vida atleticana, que segue se complicando.