Vida que segue

Após tragédia, futebol brasileiro volta a campo nesta semana em meio a polêmicas

Grêmio e Atlético Mineiro marcam a volta do futebol brasileiro aos gramados pela segunda partida da final da Copa do Brasil. Foto: Estadão conteúdo.

Depois do maior luto esportivo da história, por conta do trágico acidente aéreo que levava a delegação da Chapecoense e matou 66 pessoas, o futebol brasileiro volta a campo esta semana, tentando também voltar à sua rotina. Começando nesta quarta-feira, quando Grêmio e Atlético-MG entram em campo na Arena Grêmio para decidir o título da Copa do Brasil. Depois, no domingo, será realizada a última rodada do Campeonato Brasileiro.

Com ainda mais duas vagas a serem disputadas na Libertadores, por Atlético, Botafogo e Corinthians (dependendo do que acontecer na Copa do Brasil, isto pode mudar e ficar apenas uma vaga, entre Corinthians e Grêmio), e mais uma vaga para o rebaixamento, com Vitória, Sport e Internacional lutando para não cair.

A queda do avião da Chapecoense certamente mudou totalmente o ambiente desta 38ª rodada. Impossível prever o que aconteceria se a delegação catarinense tivesse desembarcado em Medellín e jogado contra o Atlético Nacional. Assim como também é impossível saber como as equipes entrarão em campo no final de semana. Mas a emoção pode sim, interferir no desempenho dos atletas, que perderam amigos. Além do fato de que muitos jogadores já estão de férias. Pode ser que os resultados fossem os mesmos, ou completamente diferentes. No entanto, a última rodada da temporada 2016 vai acontecer e definir o futuro de pelo menos seis clubes para o ano que vem.

No entanto, a tendência é que os próximos dias sejam marcados por polêmicas. Principal candidato ao rebaixamento, o Internacional vem nos últimos dias cada vez mais se complicando fora de campo. No dia seguinte à tragédia, o vice-presidente colorado, Fernando Carvalho declarou que, apesar de lamentar o acidente, cada um tinha sua tragédia e que a do time gaúcho era brigar para não cair. Na quinta-feira (30), os jogadores fizeram um pronunciamento alegando que não tinham condições psicológicas de entrar em campo e que a última rodada do Brasileirão não deveria acontecer.

Em seguida, Vitório Píffero, presidente do Internacional, deu uma entrevista coletiva muito controversa, no qual deu a entender que sem a última rodada realizada, o clube não aceitaria o rebaixamento, o que gerou muita discórdia dentro do próprio elenco. Internamente, os atletas afirmaram que eram a favor da não realização das partidas, independentemente do rebaixamento da equipe. O clima ficou pesado, com os jogadores se sentindo usados em uma estratégia da diretoria para tentar uma virada de mesa. Para não cair, o Internacional teria que vencer o Fluminense, fora de casa, e torcer para que o Sport não vença o Figueirense ou que o Vitória perca para o Palmeiras, ainda tirando uma diferença de cinco gols no saldo.

Em meio a tudo isso, o clube entrou com um pedido no STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) para avaliar o caso do zagueiro Victor Ramos, do Vitória, que segundo o Colorado, está inscrito de maneira irregular. O Inter alega que o atleta foi escalado irregularmente em 26 partidas do Campeonato Brasileiro, por conta da transferêncoa de Victor Ramos ao Vitória, repassado direto pelo Palmeiras, sem passar pelo Monterrey, do México, clube ao qual ele pertence.

A procuradoria do STJD deve se manifestar entre hoje e amanhã, mas, de acordo com Reinaldo Buzzoni, diretor de registro e transferência da CBF, não existe irregularidade e a tendência é que o Tribunal não deva nem aceitar a denúncia.