Curitiba 324 anos

César e Rosana apagam velinhas junto com a cidade em que se conheceram

O casal está junto há 35 anos (Foto: Raquel Tannuri Santana).

O ano era 1980 e os dois, coincidentemente, trabalhavam na mesma galeria, a Ritz, no centro de Curitiba. No começo era só amizade. Conversa vai, conversa vem e Rosana e César Bogo descobriram que faziam aniversário no mesmo dia, mais uma coincidência em suas vidas. “Pedi para ele me mostrar a identidade, pois achei que ele estava zoando comigo”, lembra ela. Não estava. Nasceram em anos diferentes, mas no mesmo dia 29 de março, mesma data do aniversário de Curitiba. “Foi ali que começamos a nos olhar diferente”, lembra Rosana.

O casal, que está junto há 35 anos, trocou alianças no dia 14 de julho de 1982, depois de dois anos de namoro. Desde então, os aniversários nunca mais foram mais os mesmos. “Comemoramos junto com os amigos, é um dia muito especial”, garante Rosana. Da união nasceu um filho, o Michael, que por sua vez já deu uma neta ao casal, a Pietra, de 1,8 ano.

César é figurinha carimbada na cidade. Proprietário do salão que leva seu nome, está há mais de 40 anos baseado na Galeria Ritz, no centro da capital Ele cuida das madeixas de gente famosa como Joel Malucelli, Nelson Justus e Cláudio Marques, só para citar alguns exemplos. “Atendo muitos esportistas e políticos aqui”, garante.

O cabeleireiro tem 54 anos e identidade prova a data de nascimento (Foto: Raquel Tannuri Santana).
O cabeleireiro tem 54 anos e identidade prova a data de nascimento (Foto: Raquel Tannuri Santana).

César herdou a profissão que o pai, Armando Bogo, exerceu por mais de meio século. “Estamos continuando a dinastia”, garante César, já que o irmão também trabalha num salão. Ele tem mais três irmãos.

Esporte

O cabeleireiro é apaixonado por futebol. “Sou gente, torço pro Coxa”, brinca. De acordo com ele, 90% da frequência no salão são de clientes envolvidos com o esporte. “Adoro ir aos estádios assistir um bom futebol”, garante.

Ele também se diz “bairrista”. “Gosto demais de Curitiba e não admito que ninguém fale mal da cidade. Não gosto de críticas, saio na defesa, mesmo”, afirma. César também gosta do povo curitibano. “Tudo o que construí devo a ele, sou muito prestigiado na cidade”, assegura.

O salão é bastante conhecido de quem frequenta o centro. “Aqui é praticamente uma agência de empregos”, relata. No balcão uma pilha de currículos não deixa o cabelereiro mentir. “As pessoas vêm aqui pedir e a gente vai encaixando nas empresas dos clientes”, justifica.

 

Estádio é de 1932

César é torcedor fanático do Coxa, seu time do coração (Foto: Divulgação).
César é torcedor fanático do Coxa, seu time do coração (Foto: Divulgação).

O Estádio Major Antônio Couto Pereira, mais conhecido por Couto Pereira, pertence ao Coritiba Football Club e está localizado no bairro Alto da Glória, em Curitiba. Inaugurado em 15 de novembro de 1932, em sua primeira partida de futebol, o Coritiba venceu o America- RJ por 4 a 2. Atualmente o estádio conta com capacidade para 40.310 pessoas

Os primeiros jogos do Coritiba aconteciam no Jóquei Clube Paranaense, nos dias em que não havia corrida. Em 1916, com o apoio dos associados, o clube se transferiu para o Parque Graciosa, no bairro do Juvevê, e ficou lá até ter o contrato rescindido. Com essa rescisão, o Coritiba pagou uma boa indenização e passou a procurar um terreno para a construção de um novo estádio.

O clube era comandado na época pelo Major Antonio Couto Pereira, que dedicou sua vida inteira ao Coritiba. Foi ele quem achou o terreno do atual estádio, pago com um empréstimo de 120 mil contos de réis feito na Caixa, com juros de 12% ao ano.

O novo estádio, denominado de Belfort Duarte, ficou pronto em 1932, e foi inaugurado no mesmo ano. O Coxa realizou seus jogos naquele estádio até 1956, quando o então presidente Arion Cornelsen anunciou que o estádio seria reformado.

Em 1977, com as obras já concluídas, o nome do estádio foi alterado de Belfort Duarte para Major Antônio Couto Pereira, em homenagem ao homem que deu o pontapé inicial para que esse monumento pudesse existir.