Curitiba

Crianças carentes do Cajuru precisam de material escolar! Que tal ajudar?

Foto: Felipe Rosa/Tribuna do Paraná.
Escrito por Giselle Ulbrich

A compra do material escolar é um “evento” na maioria das famílias brasileiras. Pais e filhos se reúnem, escolhem as marcas, verificam os preços, e a criançada fica ansiosa para inaugurar o material novo no primeiro dia de aula. Um incentivo para estudarem “direitinho” durante o ano. Mas há crianças que não sabem o que é essa sensação de “estrear o material novo”, pois ou ganham tudo usado, para reaproveitar, ou sequer conseguem materiais para começar o ano. Por isto, uma ONG do bairro Cajuru, em Curitiba, está pedindo doações de materiais escolares novos para as crianças que assiste.

+ Fique esperto! Perdeu as últimas notícias sobre segurança, esportes, celebridades e o resumo das novelas? Clique agora e se atualize com a Tribuna do Paraná!

Eliane Caviquioli, supervisora da Casa Joana D’Arc, pertencente ao Lar Fabiano de Cristo, mostra que estar com um material escolar novo no primeiro dia de aula faz toda a diferença nas crianças. “Isso estimula a ida à escola e não os faz se sentirem diferentes dos outros, que puderam comprar os materiais. A intenção é fazer eles se sentirem de igual para igual e estimular que se mantenham na escola”, analisa Elaine, mostrando que muitas crianças acabam deixando os estudos por sentirem-se envergonhados, de não terem os materiais necessários às atividades.

+Caçadores! Consumidora enche o carrinho de produtos vencido em mercado de Curitiba!

Empoderamento

O Lar Fabiano de Cristo está no Brasil há 60 anos e tem 49 unidades espalhadas no País. Só em Curitiba, existe há 29 anos, onde se instalou primeiramente no Bairro Alto com a Unidade Joana D’Arc. “O lar procurava comunidades vulneráveis para trabalhar. Mas lá a comunidade se desenvolveu, hoje é um bairro de classe média. Então a instituição se mudou para o Cajuru, onde está há 11 anos”, explica Elaine.

A ONG tem o objetivo de empoderar as crianças e suas famílias, para que saiam do atual círculo vicioso (dependência química dos familiares, abandono da escola, baixa renda) e possam se desenvolver e ter qualidade de vida. Muitas das famílias da região não possuem sequer uma perspectiva. Então a ONG busca trabalhar com estas crianças para que enxerguem um futuro, que fujam das drogas, da evasão escolar e para que tenham vontade de ter um futuro brilhante e mudar o rumo de suas famílias.

+Caçadores! O que acontece com os restos mortais se a família não paga a taxa do cemitério?

Assim, as crianças frequentam a unidade Joana D’Arc no contraturno escolar, onde através de atividades são estimuladas a praticar a cidadania, ter pensamento crítico, agir com ética e serem organizadas, tudo feito com base em brincadeiras. E através de parcerias, todas as crianças assistidas têm direito a tratamento dentário gratuito.

Laços familiares

A Unidade Joana D’Arc não atende somente as crianças. Trabalha as famílias como um todo e atende 70 delas na região. “Logo que a gente abraça uma nova criança, uma assistente social vai até a casa dela, conversa com a família, verifica as necessidades. Ajuda a encaminhar para tratamentos médicos, para o Cras, qualificação profissional, ou qualquer outra necessidade que tenham. Estimulamos o fortalecimento dos laços familiares e juntos montamos um planejamento, para que aquela família se empodere e um dia alcance a qualidade de vida”, explica a supervisora da ONG.

+Caçadores! Amigos driblam a crise e faturam alto vendendo produto pela internet!

Elaine conta o exemplo de um curso de capacitação de diaristas, que fizeram com mães da comunidade na ONG, ano passado. “Uma delas conseguiu emprego numa das mansões do Alphaville (em Pinhais). A pessoa que a contratou disse que a escolheu porque das candidatas à vaga, ela era a única que tinha algum certificado de capacitação”, orgulha-se Elaine.

Outra ação de empoderamento, exemplifica a supervisora, é feita com as 16 famílias de carrinheiros que a ONG atende. Muitas delas, diz Elaine, ficam “presas” aos donos de depósitos de reciclagem. Pegam dele o carrinho emprestado, porém só podem vender para ele o material coletado, ao preço que ele quiser pagar. “Então nós financiamos carrinhos para estas famílias, para que elas possam sair desse domínio e tenham mais liberdade. Nós também ensinamos um pouco sobre administração e empreendedorismo, estimulando que formem a própria associação de catadores e assim possam ter uma renda melhor”, explicou Elaine.

A tatuagem conquistou o brasileiro. Mas significados exigem cuidados!

 

Sobre o autor

Giselle Ulbrich

(41) 9683-9504