Piraquara

Incomunicáveis

Escrito por Raquel Derevecki

“Estamos em uma crise geral e ainda sofremos uma queda de 70% nas vendas desde o dia 1º de maio porque a maior parte das nossas negociações são realizadas por telefone”, lamentou a empresária Nadir Chiuchetta, de 43 anos. Assim como ela, centenas de moradores e empreendedores de Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), estão sem os serviços de telefonia fixa e internet oferecidos pela Oi, já ligaram várias vezes para a empresa e não sabem mais o que fazer.

“Trabalhamos com pré-moldados aqui há 16 anos e nunca tinha acontecido isso. As pessoas costumam nos ligar sempre pedindo os produtos e marcando a entrega. Só que agora elas ouvem o telefone tocar como se ninguém quisesse atender e estão solicitando produtos de outros fornecedores. Dois clientes que vieram até a empresa falaram que já estavam pensando que tínhamos fechado as portas. Isso é um absurdo!”, afirmou a empresária.

Foto: Átila Alberti.
Foto: Átila Alberti.

A situação já atingiu os bairros Santa Mônica, Jardim Primavera e Jardim Veneza, onde muitas famílias ficaram incomunicáveis. Esse é o caso da aposentada Adélia Maria Woellner, 76. Moradora do condomínio O Recanto I, localizado na Rodovia João Leopoldo Jacomel, ela está com o telefone mudo desde o dia 3 e já entrou em contato até com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) por causa do problema.

“Aqui é difícil pegar sinal de celular, mas a Anatel retornou meus contatos em um dia que eu estava fora do condomínio, então consegui atender. Eles falaram que a situação seria resolvida até 20h do dia seguinte. Isso aconteceu 6 de maio e até agora nada. As pessoas já estão achando que eu mudei de telefone ou viajei. Só que o que aconteceu foi que o sinal da Oi foi embora, não eu”, pontuou.

De acordo com o porteiro do condomínio onde Adélia reside, diversos moradores também estão reclamando do problema e a portaria já entrou em contato com a companhia solicitando o retorno dos serviços. “Eu liguei mais de cinco vezes, mas falavam que meus protocolos eram inexistentes e eu tinha que reabrir a reclamação. Já estamos dez dias sem telefone e sem internet”, contou o porteiro Sidnei Nicanor da Cunha Santos, 33.

Dona Adélia ficou com o telefone mudo. Foto: Átila Alberti.
Dona Adélia ficou com o telefone mudo. Foto: Átila Alberti.

Segundo a empreendedora Nadir, não há confirmação a respeito do que ocasionou o problema. Porém, algumas pessoas perceberam que o corte nos serviços começou depois que um caminhão passou pela rodovia e danificou cabos de telefonia. “Ouvi dizer que foi por isso e que também os fios foram roubados e tiveram que vir de longe”, afirmou. Já Adélia não faz ideia do que motivou o “telefone mudo”, mas ela quer o barulho de volta no aparelho. “Já falaram que iam consertar várias vezes e nada foi feito. Quero que volte logo o serviço e que não cobrem por esses dias na fatura”.

Resposta

A equipe da Tribuna entrou em contato com a assessoria da empresa em diversos telefones, mas não foi atendida para confirmar o motivo da interrupção dos serviços e o prazo para manutenção. O que se sabe é que equipes da Oi já estão trabalhando na região e comentaram que tudo deve ser finalizado até esta sexta-feira (12).

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Raquel Derevecki

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