Parolin

Policiamento ineficaz

Escrito por Luisa Nucada

Viaturas circulam com frequência pelo Parolin, mas o policiamento não é considerado suficiente para que a população se sinta segura. À luz do dia, basta rodar pelas ruas por poucos minutos para ver vários usuários de crack consumindo a droga. O bairro conta com uma Unidade Paraná Seguro (UPS), que ficava em um contêiner na esquina da Rua Antônio Parolin Júnior com a Rua Brigadeiro Franco. No entanto, a sede foi deslocada no início do ano para a Praça Afonso Botelho, no Água Verde, a dois quilômetros de distância do Parolin.

“Os policiais passam bastante, mas eles são bons para ‘dar na orelha’ dos moradores, dos que chegam do serviço e não devem nada. Os bandidos, mesmo, eles não pegam”, diz um morador que vive no bairro há 20 anos e não quis se identificar. “A droga rola solta e os traficantes se escondem quando a polícia está passando, depois, voltam para o ponto. Tem mais vagabundo que polícia”, conta outro morador que também preferiu permanecer anônimo, e reside no Parolin há mais de 40 anos.

UPS faz falta

Foto: Felipe Rosa.
“(…) a presença da UPS inibia a ação dos criminosos”, diz morador. Foto: Felipe Rosa.

Ambos dizem que só se sentem seguros porque conhecem todo mundo. Mas, à noite e aos fins de semana, quando o movimento na rua é menor, volta a sensação de insegurança. Quando a UPS tinha um módulo móvel no bairro, era melhor, dizem eles.

“O povo respeitava mais, ficava mais sossegado. Para todos os efeitos, a presença da UPS inibia a ação dos criminosos”, afirma o morador mais antigo.

Mas a coisa já foi pior. Faz dois anos que não há mais tiroteios na região, antes comuns, segundo eles. O que mais preocupa é o fato de muitas crianças circularem por ali, devido a duas escolas e um CMEI próximos. “A Escola Municipal Prof. Nansyr Cecato Cavichiolo já foi roubada”, aponta um deles.

Comércio inseguro

À noite e nos finais de semana, quando o bairro está mais vazio, sensação de insegurança é ainda maior.  Foto: Felipe Rosa.
À noite e nos finais de semana, quando o bairro está mais vazio, sensação de insegurança é ainda maior. Foto: Felipe Rosa.

O proprietário de uma lanchonete que fica na Brigadeiro Franco atende detrás de grades. O estabelecimento existe há cinco anos e já foi assaltado. “Acho assim mais seguro, porque trabalho sozinho. Comigo até que não tem problema, porque os noias me conhecem, mas quem vem de fora se coloca em risco aqui no bairro. A ronda passa bastante, mas se eu disser que está ótimo, estarei mentindo”, diz.

O Parolin foi escolhido para abrigar a segunda UPS de Curitiba, em 2012, por ser ponto de distribuição de drogas e por ter um dos mais altos índices de criminalidade de Curitiba, com 80 homicídios para cada 100 mil habitantes, mais que o dobro do registrado em toda a capital (39,8 mortes para 100 mil habitantes). No entanto, o modelo da UPS, inspirado nas Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) do Rio de Janeiro, não funcionou da forma esperada, conforme admitiu em abril o ex-secretário de Segurança Pública do Paraná, Fernando Francischini.

A reportagem entrou em contato com a Polícia Militar no último dia 10 de dezembro e solicitou informações sobre a política de policiamento do bairro, mas não recebeu retorno até o fechamento desta edição.

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