Orleans

Do tempo do vovô

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Quem segue pelo começo da Avenida Três Marias, no Orleans, próximo ao entroncamento com Avenida Toaldo Túlio, dificilmente não percebe um Fusca e uma Kombi, ambas em perfeito estado, estacionadas em frente a um pequeno conjunto comercial. Neste ponto, um estabelecimento está fazendo a alegria dos apaixonados por antiguidades, bebidas especiais e todo o tipo de iguarias. “É o único museu que eu conheço que vende cerveja”, brinca Jean Santos, proprietário do Armazém Santos, o local que se transformou no ponto de encontro dos aficionados pelo universo retrô.

De acordo com Jean, a ideia de montar um estabelecimento temático surgiu através do seu gosto por peças antigas. “Aqui era uma distribuidora de bebidas, que funcionou por 25 anos e eu era funcionário. Há cerca de oito anos pintou a oportunidade de comprar o local. Sempre quis montar um tipo de armazém pra vender diversos tipos de produtos. E eu sempre gostei de antiguidades de maneira geral. Desde carros, até rádios antigos. Daí comecei o negócio e fui decorando aos poucos”, explica.

Atualmente, cerca de 250 peças decoram o Armazém Santos. Quem entra no local, se depara com mais de rádios, televisores, vitrolas, garrafas, taxímetros, discos de vinil, telefones, geladeiras e um capô de Kombi, que decora o balcão da loja. “São todas antiguidades que eu fui colhendo ao longo dos anos. A grande maioria foi doação das famílias antigas do bairro, que viram aqui no Armazém uma maneira de preserva as peças que estavam guardadas nos ranchos e casas da região”, explica.

O acervo do Armazém Santos não para de crescer, mas também atrai colecionadores que vão o local para tentar negociar as peças. “Tem muita gente que vem aqui e faz propostas absurdas, mas não vendo nenhuma delas. Como quase todas foram doadas, não tem como negociá-las. Mas as propostas são recorrentes”, diz Jean.

Entre as raridades expostas na loja estão uma bicicleta Prosdócimo da década de 40, inteiramente reformada, e um gramofone de fabricação americana, caprichosamente acabado em uma caixa de maneira nobre revestida em couro. “São peças muito raras, que chamam muita atenção de quem entra aqui. Elas impressionam muito nossos clientes”, conta Jean. “São nossas joias”, complementa com orgulho.

Aos finais de semana, o movimento armazém aumenta consideravelmente. Culpa dos colecionadores de carros antigos, principalmente de Fuscas e Kombis. “Por eu e minha família gostar muito dos Volkswagens mais velhos, o local acabou virando ponto encontro. Dauqi já partiram muitos passeios do Clube da Kombi, por exemplo. Então, em alguns finais de semana a loja fica bem cheia”, afirma Jean.

“É muito bom quando se pode trabalhar com o que gosta. Além disso, é bacana ver o pessoal entrar na loja e, antes de fazer qualquer compra, dar uma boa olhada na decoração. E daí puxam conversa, trocamos experiências, e o papo segue. Isso é muito gratificante”,conclui o proprietário do Armazém Santos.

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