Morretes

História sem fim

Escrito por Raquel Derevecki

A tragédia envolveu um caminhão-tanque carregado com 43 mil litros de álcool que seguia sentido Paranaguá

“Queremos que a situação se resolva e que os responsáveis sejam punidos. Nada vai trazer meu filho e meu neto de volta, mas algo precisa ser feito para encerrar essa história”. Esse é o pedido do aposentado Deusedino Cunha, de 69 anos, que perdeu o filho Anderson Cunha e o neto Gabriel Batista Cunha no grave acidente registrado na tarde do dia 3 de julho de 2016 na BR-277, onde seis pessoas morreram e 12 ficaram feridas.

A tragédia envolveu um caminhão-tanque carregado com 43 mil litros de álcool que seguia sentido Paranaguá, quando perdeu os freios e tombou no quilômetro 33 no Litoral do estado. A carga explodiu e o fogo atingiu outros 12 carros que trafegavam pela via. “Um dos primeiros desses veículos era o do meu filho. Eles foram atingidos pelas chamas e não tiveram chance de resgate. Agora só fica a saudade”, lamentou o morador do município de Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba.

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De acordo com a Polícia Civil, o inquérito policial ainda não está pronto, pois falta anexar alguns documentos e duas vítimas ainda precisam ser ouvidas. Por isso, a instituição solicitou ao Ministério Público do Paraná (MP-PR) mais prazo para a finalização e afirmou, em nota, que o inquérito está “praticamente concluído”.

Um dos documentos faltantes é o laudo do Instituto Médico Legal (IML) a respeito de uma vítima ferida no acidente. A Direção da Polícia Científica do Paraná informou que essa vítima já procurou o IML de Paranaguá, mas o laudo de lesões corporais ainda não está pronto devido à complexidade da análise. “O laudo requer mais de uma avaliação do perito médico legista e deve ser encaminhado nos próximos dias para a Polícia Civil”, afirmou a instituição, em nota.

Para familiares como Robson Novakoski, que perdeu a irmã Ana Carolina no acidente, a situação é um descaso e apenas aumenta o sofrimento daqueles que ficaram. “O inquérito está enrolado, ninguém fala nada pra nós e parece até que esqueceram do que aconteceu. Nós queremos um ponto final nessa história e precisamos de justiça”, solicita.

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Raquel Derevecki

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