Curitiba

Tem que pesquisar!

Escrito por Tribuna do Paraná

Estudo do Procon-PR mostra enorme variação de preços de materiais escolares em Curitiba

O Procon-PR divulgou ontem sua tradicional pesquisa anual sobre o preço do material escolar em Curitiba. A variação de preços chegou a 268% entre os itens pesquisados entre os dias 10 e 11 de janeiro. Os valores podem variar e mudar diariamente, visto que as empresas pesquisadas costumam fazer promoções e descontos pontuais. Cerca de 300 itens de marcas pré-definidas foram pesquisados, em quatro dos maiores estabelecimentos do gênero na capital paranaense.

O produto com a maior variação foi uma borracha colorida da marca Faber-Castell, que em uma das lojas custava R$ 2,99 na loja mais barata e chegava a R$ 10,99 na mais cara. Os preços variaram independentemente do padrão das lojas, sendo que em alguns estabelecimentos maiores, por exemplo, foram encontrados preços baixos, mas no mesmo local também foram listados objetos com preços mais altos.

Para Claudia Silvano, diretora do Procon-PR e colunista da Tribuna do Paraná, a variação apontada pela pesquisa não foi surpresa. “Nós já imaginávamos que isso aconteceria. Nosso objetivo ao lançar esses dados é, justamente, estimular quem vai comprar a bater perna para achar os melhores preços”, explica.

Confira a pesquisa de preços feita pelo Procon-PR

O gasto com material escolar, ao lado dos tradicionais IPTU e IPVA, é uma das maiores preocupações na casa de todas as famílias ano após ano. Faltando pouco mais de um mês para a volta às aulas, a movimentação dos pais nas papelarias e lojas especializadas já começou. A manicure Cleciane Bazzo, 33 anos, é uma das mães que está na batalha para aliviar o bolso na capital paranaense.

Ela tem um filho de 3 anos e duas filhas, de 7 e 13 anos, e diz que já comprou alguns materiais da lista da escola pública municipal em que as filhas estudam, na Cidade Industrial, mas não antes de procurar os melhores preços, em vários locais da cidade. “Uma boa pesquisa é importante. Parece que não, mas até os centavos economizados fazem a diferença na conta final”, aconselha.

Foto: Fábio Alexandre.
Foto: Fábio Alexandre.

E não falta motivo para bater perna e fazer pesquisa. As listas de material escolar das filhas da Cleciane costumam ser longas. A lista da filha do meio, que vai para o terceiro ano, tem 19 itens. Para a mais velha, do sexto ano, o número de itens sobe para 25. Segundo a manicure, as duas listas completas, juntas, sairiam em torno de R$ 700,00. Tem ainda o uniforme novo completo, que sairia para as duas filhas por R$ 450,00. Na soma total, sem contar os gastos com o filho mais novo, que frequenta uma creche, o custo para a família começar o ano escolar seria de mais ou menos R$ 1.150,00.

“Mas eu consigo economizar e gastar menos do que isso. O segredo é reaproveitar o que der do material do ano anterior. Eu também fico de olho nas postagens de grupos do Facebook. Têm materiais novos com ótimos preços. Eu já achei tubo de cola por R$ 1,00 e por R$ 6,00. É só saber procurar, fazer uma média entre a qualidade do produto e o preço que você quer pagar para garantir a economia”, sugeriu.

Boas saídas

A psicóloga Patrícia Teixeira Dias, 40 anos, também fica de olho nos preços e nos grupos das redes sociais. O casal de filhos, de 11 e 13 anos, estuda em escola particular, onde a lista de material costuma ser mais amena. “O maior custo é com os kits de livros de cada série. São seis ou sete livros que, se comprados novos, custam mais de R$100,00. Mas nos grupos do Facebook as mães costumam vender os kits completos usados por R$350,00. Visitar os sebos também é uma boa saída”, conta Patrícia, que costuma ir às compras sem levar os filhos. “O apelo das marcas é muito forte. De maneira geral, é bom tentar fugir das coisas temáticas, o que é mais difícil junto com a criançada”, conclui.

Claudia Silvano também segue a linha de raciocínio das mães. “A primeira coisa a se fazer é reaproveitar o que sobrou. Outra dica é sair com a lista na mão, para encontrar os melhores preços. Comprar de forma coletiva também é uma boa saída. Nesse caso, meu conselho é chamar aqueles pais mais descolados, menos envergonhados para pedir desconto, e comprar em grande quantidade, gerando descontos significativos”, orienta. Claudia também alerta que as escolas não podem indicar local e nem exigir marca para os materiais escolares. “Caso isso aconteça, a primeira reclamação deve ser feita na escola. Se não houver acordo, os pais devem procurar o Procon”, informa. Em caso de abuso, o telefone do Procon PR é 0800 41 1512.

Foto: Fábio Alexandre.
Foto: Fábio Alexandre.

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