Curitiba

Vamos torcer!

Mariana é a única paranaense a integrar a Seleção Brasileira de Cheerleader

Você sabe o que faz uma cheerleader? Não, não é somente aquele grupo de garotas que ficam na beira do campo de futebol, dançando com pom pons na mão, igual você vê nos filmes americanos. O Cheerleading é um esporte, com várias modalidades, que envolve movimentos complexos e que levam o corpo humano ao extremo das habilidades com saltos, elevações, lançamentos e acrobacias.

E mais curioso ainda: você sabia que o Brasil possui uma Seleção, que participa há pelo menos quatro anos de competições internacionais? No Paraná existem aproximadamente 70 equipes de Cheer, o que pode chegar a até dois mil praticantes do esporte. O Paraná é um dos estados brasileiros que mais tem cheerleaders, homens e mulheres.

A Mariana Saar, 20 anos, é a única paranaense a compor a Seleção Brasileira. Ela deseja muito participar do Campeonato Mundial que ocorrerá em Orlando, nos Estados Unidos, e começa dia 22 de abril. Mas ela e a família tiveram muito pouco tempo para se preparar financeiramente para isto. Como o esporte ainda não possui uma federação, são os próprios atletas que bancam todas as despesas para competir, como passagem, estadia, alimentação, traslados, inscrições, etc. Sem contar que o esporte, em si, custa caro, pois os uniformes, os tênis e outros acessórios não são baratos. E a família de Mariana está sem condições de bancar toda a viagem e pede ajuda dos leitores para que ela não fique fora da Seleção.

Mariana quer participar do mundial da categoria, em abril. Foto: Marco Charneski
Mariana quer participar do mundial da categoria, em abril. Foto: Marco Charneski

Grana

Samuel Saar, 47 anos, pai de Mariana, está fazendo o que pode para mandá-la ao mundial. Ele e a esposa são donos de uma escola de educação infantil e ensino fundamental. Mas, com a crise, a quantidade de alunos caiu e o orçamento da família está bem limitado. Estão se esforçando para pelo menos manter as contas da escola em dia.

“Em épocas em que estávamos melhores, nós conseguíamos manda-la às competições. Mas este ano a situação apertou, porém não temos coragem de decepcioná-la. Ela está há anos se preparando. Ela vai pra uma competição de alto rendimento, precisa de concentração. Não quisemos colocar pra ela nossa dificuldade. Se a gente ver que não tem pra onde correr, vamos falar. Mas enquanto tivermos um resquício de esperança, vamos batalhar. Teve uma competição que ela estava preocupada com algumas questões pessoais e vimos que isto atrapalhou o resultado dela. Por isso, não queremos que ela se preocupe. Nosso papel é apoiar, incentivar.

Não queremos que ela seja cortada da seleção por não estar indo bem”, desabafou o pai, preocupado porque falta um mês para a competição e ele não conseguiu comprar as passagens ainda.

Cheerleader curitibana pede apoio para pratica do esporte. Foto: Marco Charneski
Cheerleader curitibana pede apoio para pratica do esporte. Foto: Marco Charneski

Sem desistir

Conforme uma estimativa feita por Samuel Saar, pai da Mariana, são necessários R$ 12.510,00 para a viagem, quantia que será usada em alimentação (mil reais), passagem aérea (até R$ 2.500), tênis de competição (R$ 400), passagens aéreas Curitiba – Rio de Janeiro para treinar com a seleção (R$ 3.500 – 5 viagens a R$ 700 cada) e despesas gerais (R$ 5.111 – uniformes de treino, competição e desfile; arte dos uniformes; hospedagem; material de Cheer; música; inscrição campeonato; traslados hotel – aeroporto e carro alugado para transporte).

A jovem disparou mais de 50 e-mails para empresas, buscando um patrocínio. Mas, segundo seu pai, Samuel, a única que sinalizou algum interesse foi a Samsung. Mas a conversa não evoluiu e Samuel teme não conseguir juntar todo o dinheiro necessário. “Todas as empresas que eu entrei em contato diziam que já estavam com a cota de patrocínio destinada, não havia mais verba, ou que não tinham interesse em patrocinar o Cheerleading”, lamentou a atleta.

Trajetória

A atleta iniciou a vida esportiva aos 4 anos, praticando ginástica olímpica no Centro de Excelência de Ginástica, o Cegin, em Curitiba. Aos 11 anos ela quebrou o braço e precisou ficar um tempo afastada. Quando ficou boa, surgiu a dificuldade de seus pais em levá-la até o Cegin. Mariana foi praticar basquete com a irmã mais velha, Natália, e até participou de campeonatos nacionais. “Mas minha paixão era a ginástica. Quando eu via competições na TV, eu chorava”, disse Mariana.

Aos 17 anos, ela largou o basquete e foi para um time de Cheeleaders, na PUCPR, modalidade que tem muitos passos da ginástica. Aí encontrou sua paixão. Treinou por dois anos. Quando voltou de férias, para iniciar o terceiro ano de treinos, surgiu a oportunidade de integrar a Seleção Brasileira pela primeira vez, quando ela entrou na categoria Pom. Até então, os times da seleção só participavam na categoria mista (meninos e meninas). Este ano, ela vai pela segunda vez representar a Seleção, na categoria All Girls (também primeira vez do Brasil na modalidade). A equipe tem 20 meninas, coordenadas pela treinadora Nayara Araújo.

Cheerleader é a única paranaense na seleção brasileira da modalidade. Foto: Marco Charneski
Cheerleader é a única paranaense na seleção brasileira da modalidade. Foto: Marco Charneski

Modalidades

Conforme Mariana, as modalidades de Cheerleading se dividem em dois grupos: Dança e Atlético. Na Dança, existem as modalidades Jazz, Hip Hop e Pom. Esta última mistura movimentos de ballet e ginástica rítmica. Já no grupo Atlético, existem as modalidades Mista (para meninos e meninas) e a All Girls, que é só de garotas. Ano passado, Mariana já compôs a Seleção Brasileira na categoria Pom. Sua equipe passou para a segunda fase, mas não chegou à final. Mesmo assim, foi uma injeção de ânimo.

Mas, este ano, surgiu a oportunidade de integrar a equipe de All Girls, que ela gosta mais, que é um misto de dança, movimentos de ginástica e os saltos e piruetas próprios do Cheerleading. Ela participou das seletivas, foi aprovada e soube em novembro que iria para o Mundial. Na coreografia de sua equipe (chamada de rotina), entre outros movimentos, Mariana está responsável pelos saltos mortais. Se não forem perfeitos, a equipe perde pontos. Por isto ela passa horas treinando com a equipe e mais algumas horas treinando sozinha. Até a viagem para os EUA, Mariana ainda deve se encontrar mais duas vezes com Seleção para os treinos finais.

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Sobre o autor

Giselle Ulbrich

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