Curitiba

Quem gostou do binário?

Escrito por Lucas Sarzi

A reportagem da Tribuna percorreu o binário das ruas Mateus Leme e Nilo Peçanha, que começou a funcionar às 9h desta terça-feira (28), e conversou com pessoas que circulam pelo trecho para saber o que acharam da novidade no trânsito. São sete quilômetros de extensão que passaram a ter sentido único de tráfego, tanto para o bairro (via Mateus Leme) como para o Centro (pela Nilo Peçanha).

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Adélio: vai fluir bem.
Adélio: vai fluir bem.

De forma geral, quem circula de carro gostou da mudança. Mas entre passageiros do transporte coletivo, houve críticas às alterações de itinerários. “Aprovei. Acho que o trânsito agora vai fluir bem, pelo menos assim espero”, comentou Adélio Doroch, que faz o mesmo trajeto todos os dias.

A implantação do binário foi motivo de confusão para alguns motoristas. “Vimos algumas pessoas estranhando as faixas pintadas no chão, por exemplo, e outras acabaram estacionando o carro no sentido que logo depois viraria contramão, mas nada tão grave”, comentou um morador, que não se identificou.

A reportagem percorreu o binário. Assista!

Everson: torcer para ser eficiente.
Everson: torcer para ser eficiente.

Porém, a maioria dos motoristas aprovou a mudança. “Acho que tinham que pensar numa solução mesmo. Torcer para ser eficiente”, comentou Everson Pereira da Silva, que trabalha dirigindo um guincho. “Acredito que vai melhorar no trânsito em si”, avaliou.

Mudanças nos ônibus

Com o novo binário, 15 linhas de ônibus de Curitiba e oito linhas metropolitanas tiveram os trajetos alterados. Isso, de certa forma, irritou um pouco quem já estava acostumado a usar todos os dias o transporte público. “Meu ônibus parava bem no ponto na frente do mercado que costumo ir, agora tenho que andar bastante. Para os jovens, tudo ok, mas pra mim, vai dificultar e muito. Não gostei”, desabafou Antônio Camargo, 85 anos.

Antônio: não gostei.
Antônio: não gostei.

Além do idoso, outros usuários do transporte público também reclamaram. “Mas acreditamos que as mudanças eram necessárias. Tivemos que adequar para que o transporte pudesse continuar atendendo a todos os passageiros”, argumentou a superintendente de trânsito, Rosângela Battistella.

As linhas de ônibus que tiveram percursos modificados foram: V.Nori, Bracatinga, Primavera, Universidades, R. Prado/C. Gomes, Abranches, Água Verde/Abranches, Jd. Chaparral, Mateus Leme , Vila Suíça, Bom Retiro/PUC, Cabral/Osório, Jd. Kosmos, Nilo Peçanha (nome da linha mudou para Parque Tanguá) e Bom Retiro/Cabral.

Ciclistas protestaram contra implantação do binário. Foto: Daniel Caron
Ciclistas protestaram contra implantação do binário. Foto: Daniel Caron

Protesto de ciclistas

A implantação do binário não incluiu faixas específicas para ciclistas em nenhuma das duas ruas modificadas e isso irritou um grupo de ciclistas, que protestou porque a implantação do binário não priorizou quem usa bicicleta como transporte e também os pedestres. “Acontece que os ciclistas estão supridos da ciclovia, exclusiva para eles, que fica bem ao lado e foi toda revitalizada, inclusive recebendo nova iluminação”, explicou Rosângela.

Com cartazes em mãos, os ciclistas aproveitavam o período em que o trânsito parava para as manifestações. “Pedem que usemos a ciclovia, mas esquecem do risco que corremos no período da noite, quando os assaltos se tornaram rotina”, desabafou um ciclista, que não se identificou.

Greca pretende estender o binário até a Rodovia dos Minérios. Foto: Daniel Caron
Greca pretende estender o binário até a Rodovia dos Minérios. Foto: Daniel Caron

Em entrevista à Tribuna, o prefeito Rafael Greca (PMN) disse que a manifestação dos ciclistas era comandada pela oposição. “A ciclovia está novinha, lisinha e iluminada. É o direito de espernear da oposição”, comentou o prefeito. Segundo ele, a ideia é que o binário avance até o Parque São Lourenço e depois para a divisa da Rua Mateus Leme com a Rodovia dos Minérios, que liga a capital ao município de Almirante Tamandaré.

Confira a entrevista com o prefeito Rafael Greca:

Sobre o autor

Lucas Sarzi

Jornalista formado pelo UniBrasil e que, além de contar boas histórias, não tem preconceito: se atreve a escrever sobre praticamente todos os assuntos.

(41) 9683-9504