Curitiba

Ajude o Marcelo!

Marcelo e Renata planejavam casar no dia 23 de abril de 2016. Tanto que a mãe de Renata abriu uma brigaderia para vender os doces e juntar dinheiro para a festa. Mas, na metade de 2015, algo inesperado mudou totalmente os planos do casal. Marcelo descobriu um cisto no cérebro, que acarretou em outro problema nos olhos. Ele parou de estudar e trabalhar porque atualmente só enxerga vultos e a claridade. Hoje, o dinheiro que iria para a brigaderia ganhou outro destino: o casal precisa de R$ 150 mil para Marcelo fazer um tratamento na Tailândia e voltar a enxergar.

Quando eles noivaram, conta a advogada Renata Manfredini, no dia 15 de junho de 2015, Marcelo Costa e Silva Júnior já estava desempregado e apenas estudando Logística, na faculdade. Nesta época, ele começou a ter dores de cabeça muito fortes. Todos achavam que era enxaqueca, causada por nervoso em estar desempregado. E logo ele começou a ter “blackouts” de visão, ou seja, a vista ficava toda preta por alguns segundos. As dores ficaram tão fortes, que Marcelo tomava uma cartela de analgésicos por dia.

Máxima urgência

O estudante passou por consulta num posto de saúde e o diagnóstico continuava sendo enxaqueca. Até que Renata, inconformada, fez um plano de saúde para o noivo e o levou a diversos médicos. Depois de muitas consultas e exames, foram parar num oftalmologista que, ao olhar dentro do olho de Marcelo, no consultório, viu que a pressão intracraniana do jovem estava muito alta. E ele também já suspeitou do cisto no cérebro. Assim, mandou Marcelo com a máxima urgência para um neurologista.

Isso era dia 16 de dezembro de 2015. No mesmo dia, o casal consultou com o especialista que, no mesmo dia também, mandou Marcelo para uma tomografia. O exame não encontrou o cisto no cérebro. Mas o profissional não confiou no laudo do exame e mandou o estudante com mais urgência ainda para uma ressonância magnética. O exame foi feito no dia seguinte, pela manhã, e constatou o cisto. No mesmo dia, à noite, Marcelo foi operado às pressas para a retirada do cisto e ficou três dias na UTI.

Cavaquinho

Foto: Felipe Rosa
Foto: Felipe Rosa

Depois disto, o estudante teve que interromper tudo o que fazia na vida. “Hoje eu preciso de ajuda para as coisas mais básicas, como me vestir, colocar a pasta de dente na escova. Logo depois da cirurgia, eu ia dormir todos os dias, acreditando que ia acordar enxergando no dia seguinte. Aí vinha a decepção, a tristeza. Aquilo acabava com todo o meu dia. Hoje eu já estou mais acostumado, mais consciente”, lamenta o rapaz, que não pode fazer muito mais do que passar os dias na cama ou tocando cavaquinho, instrumento que aprendeu a manusear já depois da deficiência visual.

Um problema resultou em outro

Do cisto no cérebro, Marcelo ficou curado. As dores de cabeça eram porque o cisto impedia a passagem e circulação do líquido cefalorraquidiano no cérebro e a consequente descida dele para a medula espinhal. O acúmulo deste líquido na caixa craniana pressionava o cérebro e causava as dores.

Marcelo retirou o cisto e esperava-se que o líquido voltasse sozinho a circular pelo cérebro e descesse pela medula. Mas, o organismo de Marcelo não responde desta forma e foi necessário colocar uma válvula no cérebro e um dreno, que joga este líquido para outro local do corpo, onde é absorvido pelo organismo. Deste problema, ele se curou e leva uma vida normal.

O problema é que a pressão intracraniana, por causa da hidrocefalia, gerou uma pressão muito grande em cima do nervo ocular. Era por causa disto que Marcelo tinha os blackouts de visão. Depois que o líquido foi drenado, o nervo ótico inchou e ficou inflamado e isto prejudicou a visão dele.

Durante o ano de 2016, o jovem fez dois tratamentos à base de injeções de corticoides, que melhoraram um pouco a percepção da visão. De preto total, hoje ele já consegue ver vultos e a claridade. Mas ainda não enxerga perfeitamente.

Assistindo o Miss Universo

Foto: Felipe Rosa
Foto: Felipe Rosa

Até então, Marcelo e Renata não imaginavam que poderia existir no mundo algum outro tratamento, capaz de recuperar a visão do estudante, já que o nervo ótico de Marcelo, apesar de atrofiado e inflamado, não morreu. Ainda está vivo e pode ter recuperação parcial.

No final do ano passada, Renata assistia ao Miss Universo na televisão, quando uma das candidatas, ao ser entrevistada, falou que trabalhava num centro médico, com regeneração do nervo ótico. Renata lembrou que um amigo de Marcelo comentou que havia um centro médico na Tailândia, que era especializado em estudos de uso de células-tronco e de regeneração deste nervo. Então começou a pesquisar na internet, até que encontrou o World Medical Center. O horizonte do casal se abriu para a possibilidade de Marcelo voltar a enxergar.

Renata submeteu toda a documentação médica de Marcelo ao centro médico e, para surpresa e esperança deles, Marcelo foi aprovado para o tratamento. Trata-se de uma injeção de 120 milhões de células-tronco no corpo, que podem recuperar o nervo, fazendo-o voltar a crescer e se desenvolver. Junto a isto, ele também via precisar de aproximadamente 50 sessões de terapia de reabilitação (uma espécie de fisioterapia no nervo ótico).

No entanto, o tratamento vai custar R$ 150 mil, o que inclui o tratamento em si (U$ 28 mil), mais a estadia e a alimentação. Eles precisam arrecadar o valor até julho, quando outras famílias brasileiras estão indo para lá para fazer o mesmo tratamento. Assim, conseguirão dividir alguns custos comuns a todos, como por exemplo, o tradutor, que os ajudará no contato com os médicos locais. O centro médico fica em Bangkok, capital da Tailândia, único local no mundo referência em regeneração do nervo ótico.

Como ajudar?

Foto: Felipe Rosa
Foto: Felipe Rosa

Renata abriu uma pagina no Facebook, chamada Marcelo na Tailândia. Além das informações na página, Renata e os amigos de Marcelo estão organizando diversas ações como uma hamburgada (já conseguiram o pão e o hambúrguer, precisam dos outros ingredientes, mesas e cadeiras, etc.), rifas (já receberam alguns produtos para rifar), bazares, futebol solidário, entre outros.

A mãe de Renata continua a vender os doces em sua brigaderia. Os telefones para encomendas são 3332-3197 / 99719-5586. Uma caixa (de plástico, que pode ser usada como porta trecos depois) de brigadeiro com confeitos custa R$ 20.

Mas, quem quiser ajudar diretamente com depósitos, Marcelo abriu duas contas especificamente para as arrecadações.

Caixa Econômica Federal

Agência 3877
Operação 013
Conta Poupança: 00002490-1

Itaú
Agência: 8783
Conta Poupança: 04934-2

Marcelo Costa e Silva Júnior
CPF: 077.828.679-75

Sobre o autor

Giselle Ulbrich

(41) 9683-9504