Centro

Virou febre

Escrito por Luiza Luersen

Pontos de venda de figurinhas do álbum da Copa não estão vencendo a demanda

O álbum de figurinhas da Copa do Mundo virou tradição há alguns anos. Não dá para negar, com a chegada do mundial, que acontecerá na Rússia a partir do mês que vem, existem muitas pessoas ansiosas pra completar o famoso álbum da copa 2018. Mas, cadê as figurinhas da capital paranaense? “Eu vim em outros dias na banca e está difícil achar. Comprei o álbum e ele está praticamente vazio, mas não é só nesse lugar não. Fui em outras bancas e realmente está em falta. Eu até separei o dinheiro pra comprar determinado valor em figurinhas, mas não tem quem tenha a quantidade. Se até um pacotinho está difícil, imagine mais”, brincou o surpevisor financeiro, Guilherme Vichinheske, 33 anos, enquanto visitava uma banquinha no bairro Centro Cívico, em uma tentativa frustrada de encontrar o produto.

A jornaleira Sônia Santana, 43, confirma que não está fácil dar conta da demanda, já que durante a semana recebe poucas unidades da editora. No ramo há vários anos, ela conta que criou até mesmo um caderninho com o nome dos clientes e quando o produto chega, uma vez por semana, ela corre para avisar a clientela. Em tempos de crise, o jeito é garantir o lucro de alguma forma.

“Está bastante complicado, já que tem a procura, mas não tem o produto. Chega uma vez por semana de 400 a mil pacotinhos. Em todos os estabelecimentos que conheço vem pouca quantidade. Eu fiz um caderninho reserva com o nome e telefone do clientes. Quando chega, eu mando uma mensagem pelo whatsapp para o pessoal para poder fidelizá-los. De alguma forma temos que agradar o cliente, né?”, contou.

Distribuição

A pouca quantidade de fato é a principal reclamação dos trabalhadores. Para o presidente do Sindicato de Jornaleiros de Curitiba, Laercio Skaraboto, o problema é fruto da má distribuição. “A demanda é grande e, sim, estamos recebendo mais pessoas em nossa banca, mas o problema está na distribuição da editora, já que alguns lugares da cidade recebem mais figurinhas e outros menos. Cada cidade tem um distribuidor responsável pela separação e aqui está acontecendo este problema. Nós ficamos tristes, já que essa é uma época de ganhar mais”, desabafou.

Para o jornaleiro Reginaldo de Araújo, 34, proprietário de uma banca na região central da cidade, o problema se repete. Ele reclama da pouca quantidade e da alta procura. “Não tem figurinha e está em falta. O motivo de não haver fornecimento eu não sei e, infelizmente, ficamos sem. Esperamos a boa vontade da empresa e não tem solução, o jeito é esperar. Aqui na minha banca eu recebo duas vezes por mês e quando chega acaba muito rápido. Difícil encontrar alguém que tenha e ficamos sem entender o critério dessa distribuição”, questionou.

Hora da troca das figurinhas da copa 2018

Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

A Tribuna visitou diversas bancas da cidade. Dessas, em apenas uma encontramos pacotes de figurinha “sobrando”. “Tá muito bom o movimento por aqui e consegui bastante pacotinhos e por aqui ainda não faltou. Estou vendendo bem e fico feliz. Criamos até mesmo um grupo para troca de figurinhas”, comemorou Helenice Gonçalves Accordi, 45 anos.

Para entender o motivo da falta de figurinhas na maior parte das bancas da cidade, a reportagem entrou em contato com a editora Panini para saber como funciona a distribuição. Em nota a empresa informou que são produzidos cerca de 8 milhões de figurinhas por dia na fábrica e que devido ao grande sucesso do álbum de figurinhas da Copa 2018 em todo o Brasil, os estoques estão acabando em algumas bancas, mas que “a empresa está trabalhando na reposição dos produtos em todas as regiões. A distribuição é realizada para todo o país de acordo com o histórico de vendas de cada cidade e os distribuidores regionais, por sua vez, enviam os envelopes para as bancas e outros pontos de venda utilizando o mesmo critério.”

Pontos

O bancário Sandro Ferreira, de 43 anos, reforça que as trocas trazem economia e que o filho, de 8 anos, acaba fazendo novos amigos durante os encontros. Foto: Átila Alberti
O bancário Sandro Ferreira, de 43 anos, reforça que as trocas trazem economia e que o filho, de 8 anos, acaba fazendo novos amigos durante os encontros. Foto: Átila Alberti

A boa notícia para quem é colecionador é que diversos encontros são marcados na capital para a troca de figurinhas. Para completar o álbum, se nenhuma figurinha viesse repetida, seria possível gastar R$300 reais, mas é praticamente impossível ter tanta “sorte”. O gasto médio da maioria das pessoas, que participam de trocas, é de R$500, já que não é preciso pagar nada para trocar com outroa colecionadores. O bancário Sandro Ferreira, de 43 anos, reforça que as trocas trazem economia e que o filho, de 8 anos, acaba fazendo novos amigos durante os encontros.

“Eu e meu filho estamos completando o álbum e para comprar no fim da semana já não encontramos mais nas bancas. Eu aprendi que na sexta-feira sempre chega, mas começamos a trocar, já que estava difícil de achar as figurinhas. Meu filho troca na escola e eu acompanho ele nas trocas e eu só “paitrocinio”. Eu já gastei em média R$500 reais, porque começamos há duas semanas. Acho legal para as crianças brincarem, fazer amigos aqui na praça, se interessar pelo esporte. Achamos legal e incentivamos bastante. Os eventos de troca facilitam muito até para economizar”, explicou o bancário durante um encontro no supermercado Condor, no bairro Água Verde.

Foto: Átila Alberti
Foto: Átila Alberti

Eventos

Para encontrar eventos de trocas de figurinhas da copa 2018 não é difícil. Basta entrar no Facebook e digitar na busca. Aqui na capital todos os finais de semana há trocas em praças da cidade. Além dessas iniciativas, a editora Panini disponibiliza um serviço on-line no site www.lojapanini.com.br, onde os colecionadores podem adquirir cromos faltantes, facilitando assim a tarefa de completar o álbum.

Saiba onde trocar figurinhas repetidas do álbum da Copa do Mundo em Curitiba

Sobre o autor

Luiza Luersen

(41) 9683-9504