A transição entre a infância e a vida adulta é um desafio sem tamanho. No período de adolescência, muitos jovens se desdobram para serem aceitos em grupos, como na turma da escola, na galera do bairro, nas redes sociais…
É nessa busca afoita que muitos acabam adotando hábitos nocivos, apenas para conquistar a empatia de amigos. Cigarro, drogas, álcool, desafios, tatuagens, pactos de sangue e até pequenos delitos podem fazer parte do rol de atributos necessários para se obter passaporte para determinado círculo social.
Nesta seara, o que tem chamado a atenção é a volta dos jogos de desmaio – choking games – modalidade de idiotice em que o jovem é desafiado pelos próprios ‘colegas’ a perder a consciência voluntariamente.
Existem diversos modos de se praticar a brincadeira do desmaio, quase todos ensinados na internet. O objetivo é simples: causar uma severa hipóxia cerebral.
Sem dúvida é uma iniciativa brilhante, típica de gente com o nível intelectual de um abacate. Quando privamos de oxigênio o nosso cérebro, podemos causar sequelas neurológicas irreversíveis. Além disso, também corremos o risco de provocar uma perigosa parada cardiorrespiratória.
Foi o que aconteceu semana passada, no litoral de São Paulo, quando um moleque de 13 anos acabou morrendo após ser desafiado ‘online’ a provocar o próprio desmaio.
Que sua morte não tenha sido em vão. Que ela sirva de exemplo para os que acham descolado brincar com a morte. E que confundem um gesto de pura estupidez com um ato de coragem.