Toma-lá-dá-cá, não senhor!

Estamos a seis meses das eleições, a quatro pra que os candidatos oficializem suas candidaturas, e a maior prova de fogo, já posta à mesa, é a disputa entre valores morais, princípios pessoais, viabilidade política e ideologia. Os primeiros conflitos já ocorreram e demonstram que a decisão nem sempre é fácil. De se tomar, e de se fazer entender.

Tem candidato com legenda e viabilidade política, mas sem moral. Há quem tenha propósitos claros e nobres, mas patine em partido sem representação, ou não consiga se fazer entender dentro da própria organização partidária.

Senão, vejamos: Osmar Dias quer tentar, pela terceira vez, ser governador do Paraná. Como sempre, impõe à sua pré-candidatura o ritmo da indecisão. Deixa pra decidir em cima da hora. Mas a verdade é uma só: se ele bater o pé e decidir ser fiel a tudo o que acredita, fica longe do PMDB do seu ex-amigo, ex-desafeto e atual parceiro Roberto Requião. Mas, se não se abraçar com os peemedebistas, entra na campanha com apenas 45 segundos à disposição no horário eleitoral gratuito, do seu PDT.

Planalto

E o popstar do momento? Joaquim Barbosa, ex- presidente do Supremo Tribunal Federal, tem um dilema pela frente. Está filiado ao PSB, que já declarou estar namorando sério com o PSDB. Ao herói do mensalão já se deixou claro que política se faz na base de muito acordo. E ele avisou que não abre mão dos seus princípios. Ou seja, se não conseguir pavimentar uma candidatura à presidência cercada de tudo o que representa e acredita, não entra na disputa.

No caso dele a situação é mais complicada ainda, pois ele foi, como relator do mensalão no STF, algoz de muitos políticos e apaniguados que flertaram com a corrupção e hoje estão no mesmo barco. Já pensou o quando dói pra ele, negociar composição de ministério com essa gente pra viabilizar sua candidatura? Nem pensar!

E com as outras opções que estão aparecendo? João Amoêdo, com seu Partido Novo, será que consegue emplacar suas ideias, que em boa parte representam os anseios da sociedade, sem mergulhar nessa politicagem barata de coalisão?

Veremos. Se vencem moral, bons costumes e interesse pátrio, ou o simples desejo de poder. Veremos!