Sindicatos: será que precisamos mesmo deles?

Se tem algo que eleva o custo Brasil, pouco ajuda quem precisa e serve de palco pra milhares de pessoas mal-intencionadas é o nosso sistema sindical. É, seguramente, uma doença que precisa ser combatida com urgência. A atual proposta de reforma trabalhista tem boas intenções nesse sentido.

Logicamente que há exceções. Os sindicatos foram criados, mundo afora pra defender causas coletivas. O lado fraco que, unido, consegue enfrentar o forte. Essa é a ideia original, desvirtuada a partir de mentes pouco saudáveis. Sob o aspecto financeiro, ao longo do tempo criou-se uma série de artifícios a fim de financiar e fortalecer as atividades sindicais. O principal deles é o imposto sindical obrigatório, cobrado uma vez ao ano, equivalente ao valor de um dia de trabalho.

Repararam na palavrinha problemática na frase acima? Sim, a cobrança é feita diretamente no holerite de todos os trabalhadores, independente de filiação a qualquer sindicato que seja, e a grana encaminhada à entidade responsável pela respectiva categoria profissional. Você não tem escolha. E os dirigentes sindicais também não. Recebem essa bolada anualmente, sem precisar fazer força.

O problema é que pouquíssimos sindicatos existem com a real função de prestar algum serviço realmente útil. Assistência jurídica, administrativa, médica ou de capacitação? Procure por aí. Nos conte quando achar. Há bons exemplos, com certeza. Sindicatos que têm tudo isso e muito mais. Lembrando que há, também, os sindicatos patronais, que representam empresas e entidades. Mas a maioria…

Bolada

Atualmente temos no país quase 17 mil sindicatos, sendo mais de 11 mil laborais e mais de 5 mil patronais. Juntos, eles recebem quase R$ 4 bilhões ao ano, retirados compulsoriamente dos bolsos de empregados e empregadores. É mole? Um sistema que permite a dirigentes sindicais passearem a bordo de carros de luxo, recebendo gordos jetons e diárias de viagens.

Torcemos pra que a reforma trabalhista promova uma profunda correção neste setor. O fim da contribuição obrigatória é só o primeiro passo. Vamos acompanhar isso de perto.