Reformas necessárias; como fazê-las

É preciso cuidado pra analisar, comemorar ou criticar atos públicos contra as reformas que estão sendo discutidas pelos poderes legislativos, em todas as esferas. Em Brasília o tom se eleva pela necessidade de atualizar as leis trabalhistas e, também, remediar o nosso defasado sistema previdenciário. No plano estadual um pesado ajuste fiscal foi aplicado ano passado e, agora, a Prefeitura de Curitiba, segue na mesma linha.

Em todos os casos, manifestações populares foram vistas. Algumas mais enérgicas. Aqui no nosso quintal, a semana que passou teve a Câmara Municipal como cenário de invasão, gritaria e interferência direta no trabalho dos vereadores. Tentavam discutir o pacote encaminhado pelo executivo. Não conseguiram. Servidores, em especial, batem o pé.

Seria muito fácil adotar postura populista e apenas dar vazão à ira geral. Não é bem assim. Claro que os gestores eleitos devem fazer a lição de casa. Gerir bem os recursos públicos passa, primordialmente, por ser econômico com a máquina estatal, manter corpo comissionado no limite do indispensável e a estrutura concursada adequada às necessidades da população.

Conta alta

Nos últimos anos, Curitiba elevou muito seu gasto com a folha de pagamento. 70%. A conta é insustentável. Junte-se a queda da arrecadação, fruto da crise que abateu o país, e temos um orçamento que não fecha. Que veda qualquer capacidade de investimento.

Portanto, é preciso entender, discutir e propor. O ajuste é indispensável. O remédio é fundamental. Apenas cerrar os punhos contra não dá. Ou seremos todos cúmplices de uma derrotada total ali na frente. Os exemplos de outras cidades e estados já falidos, como Rio de Janeiro, Minas e Rio Grande do Sul estão aí pra todos verem.

A atual administração de Curitiba precisa ganhar a confiança do povo, dos servidores. Dar sinais de que fará a sua parte pra pôr a casa em ordem é imprescindível.