É hora de a família pescar essa baleia azul

O polêmico jogo baleia azul, sem ignorar, obviamente, seus riscos, serviu pra demonstrar o quão importante é a família na vida de uma criança, um adolescente, um filho. Instituição essa que vem sofrendo muito com a evolução da sociedade e as modernidades que recheiam a nossa vida. Valorizá-la é, portanto, remédio básico para este e outros flagelos.

A missão principal fica a cargo de papais e mamães. Não há como ser diferente. Quanto do tempo está sendo dedicado ao seu pimpolho ou pimpolha? E com que qualidade? Pois não basta estar junto. Garanto que você, amigo leitor, já esteve em reunião familiar sem conversa. Pessoas sentadas à mesa, celular em mãos e nada além de um vazio “você já viu essa?”. A tela do smartphone último tipo é que conta as histórias. Gargalhadas!

Já reparou que seu filho passa boa parte do tempo com um fone de ouvido lacrado num mundo particular? Mesmo no sofá, ao seu lado, supostamente vendo o mesmo filme? Esta realidade não é tão distante assim, pode crer!

Numa dessas brechas é que a tal da baleia azul encontra chance pra atacar. Conhecer seu filho é muito mais do que identificá-lo através de características físicas. Cheiros, hábitos, um olhar. Expressões faciais e até mesmo o tom da voz. Quantos hoje têm essa capacidade?

Certamente os pais dos oito jovens atendidos aqui em Curitiba, com suspeita de participação no famigerado jogo, não a tem. E talvez não seja culpa deles.

Distantes

Muitos chefes de família têm sido empurrados pra um mercado de trabalho cada vez mais cruel. Que cobra mais e paga menos. Isso quando ele existe. São horas e horas fora de casa. Crias em escolas ou sob cuidados de terceiros. Será esse o único caminho? Não há, seguramente, uma resposta que sirva pra todos.

Mas há um fato concreto, indiscutível: os filhos de hoje precisam muito, mesmo, de seus papais e mamães. Assim, com todo o carinho. A tal da baleia só evidenciou isso mais ainda, com uma dose extra de medo em função do método. Que tal pescar esse peixão?