Gestão de tempo e qualidade de vida

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No texto de hoje, falarei sobre um assunto que me interessa e que também interessa a muitas pessoas. Esse assunto é a relação entre o uso do tempo e a qualidade de vida. Curiosamente, esse assunto é pouco discutido, embora eu acredite que noções básicas sobre ele deveriam ser ensinadas ainda na escola fundamental.

O tempo é o combustível para a vida. Para todas as atividades que desempenhamos, sejam elas de lazer ou de trabalho, precisamos “queimar” tempo e, neste sentido, tempo e vida são quase sinônimos. Fica claro então que, para termos uma vida plena, com satisfação, saúde, produtividade, intensidade e felicidade, é necessário que saibamos gerir adequadamente este recurso escasso.

Por isso, nesse texto não falarei sobre técnicas para gerir o tempo, mas sim sobre como a nossa gestão de tempo deve estar alinhada com nossas necessidades, de forma a garantir qualidade de vida.

Se você pesquisar por qualidade de vida na internet, vai reparar que a definição do termo é vaga e abrangente. De modo geral, a qualidade de vida está relacionada ao bem-estar psicológico, emocional e físico do indivíduo, bem como a suas relações pessoais, bens materiais, saúde e educação. Ora, fica claro que, como todos nós somos diferentes, nós temos necessidades e interesses diferentes e, portanto, o que é qualidade de vida para uma pessoa pode ser um verdadeiro inferno para outra pessoa. Entretanto, não é por isso que algumas verdades deixam de ser absolutas ou, no mínimo, aplicáveis a todos.

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Uma dessas verdades é o equilíbrio dinâmico: nós precisamos de uma constante variação de atividade para termos satisfação. Por mais que você goste do seu trabalho, depois de algumas horas de atividade, surge aquela vontade de descansar ou de fazer alguma atividade de lazer. Em oposição, todos nós gostamos, em escalas diferentes, das férias e do descanso. O problema é que, depois de algum tempo de ócio, surge o tédio. E é aí que fazer algo produtivo (trabalho), será prazeroso.

Uma vez meu primo me disse: se você quiser ter qualidade de vida para sempre, terá que trabalhar para sempre. E ele tem razão. Embora muitos de nós sonhem com as férias, ócio e aposentadoria, ficar “sem fazer nada” pode ser um dos caminhos mais rápidos para a destruição da qualidade de vida – nossa saúde mental depende de mantermos o cérebro ativo, aprendendo, descobrindo, experimentando. Manter este equilíbrio dinâmico entre lazer e trabalho é, portanto, uma premissa básica do aumento da qualidade de vida, que devemos observar e buscar continuamente.

Adianta reclamar?

Repare que falei sobre trabalho no parágrafo anterior, e aqui essa discussão merece um aprofundamento. Acho incrível como a maior parte das pessoas que eu conheço reclama do trabalho que tem. Em boa parte das vezes, basta um pequeno estímulo em uma conversa para que surjam comentários negativos a respeito do trabalho. Isso não deveria ser assim. Não estou dizendo que não existam trabalhos que sejam realmente ruins, mas a questão vai muito além disso. Acredito que o grande problema é que a maior parte de nós foi educada para enxergar o trabalho como uma fonte de renda, e não como uma fonte de satisfação. E, em última análise, o trabalho sempre traz os ingredientes da satisfação: a possibilidade de manter o cérebro ativo, a possibilidade de interagir com outras pessoas, a satisfação pelas conquistas e de quebra, a remuneração.

Buscar enxergar o lado bom das coisas e das pessoas é um exercício para a vida toda, que deve ser praticado todos os dias. E aqui não estou falando de um idealismo ou otimismo vazio, essa colocação é bastante individualista mesmo: buscar o lado bom das coisas e das pessoas é bom para você, aumenta sua satisfação e qualidade de vida. Se você é do tipo pessimista ou negativo, pare para refletir sobre isso, pois esse seu comportamento não te ajuda em nada, pelo contrário, só te prejudica, e ainda mina sua energia e ânimo para buscar uma mudança na realidade que te desagrada.

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Esse raciocínio não se aplica somente ao trabalho, mas a todas as atividades que desempenhamos na vida. Devemos buscar ativamente por satisfação. A felicidade é algo que surge de nós, e não de estímulos externos (sobre este assunto, recomendo o excelente livro “O Jeito Harvard de Ser Feliz”, de Shawn Archor. Uma palestra do autor pode ser vista aqui. Isso me faz lembrar do mindfulness, técnica que busca estar presente e viver intensamente cada momento, com o objetivo de aumentar a qualidade de vida. Acredito que todos deveriam fazer isso: livrar-se das distrações, que nos bombardeiam incessantemente, ainda mais desde a popularização dos smartphones. Não se trata apenas de uma forma de gerenciar o tempo, mas de viver com intensidade: trabalhar com intensidade, fazer exercícios físicos com intensidade, divertir-se com intensidade, descansar com intensidade. Caso contrário, teremos uma vida “morna”, ou, em outras palavras, baixa qualidade de vida.

Outra verdade absoluta sobre qualidade é vida é o poder das relações humanos. Nós somos animais sociais. O estudo mais longo sobre felicidade, promovido por gerações de pesquisadores de Harvard e que acompanha a vida de 724 homens (e suas famílias e filhos) por mais de 75 anos, após dezenas de milhares de páginas de informações geradas, chegou a uma conclusão única e interessantíssima: as boas relações humanas – familiares, de amizade e amorosas – são as responsáveis pela satisfação, saúde e felicidade, e não a fama, a carreira ou o dinheiro. O estudo deixou claro que dedicar tempo e energia para as relações é a única forma de garantirmos a satisfação e a felicidade.

-> Clique aqui para saber mais sobre este estudo.

Para concluir, sempre que for pensar ou planejar sobre o uso do seu tempo para aumentar a sua qualidade de vida, você deve levar em conta estes 3 aspectos:

– Equilíbrio dinâmico entre as atividades que desempenhamos;
– Busca ativa por uma postura otimista e por viver com intensidade;
– Dedicar tempo e energia para as nossas relações pessoais.

Nos outros textos do blog você encontrará uma série de informações e técnicas que te auxiliarão a fazer uma melhor gestão do tempo. Com certeza, fazer uma boa gestão do tempo é imprescindível para termos uma vida plena. Entretanto, preciso frisar mais uma vez que todas essas técnicas serão em vão se os seus objetivos não estiverem bem alinhados, buscando sempre pela satisfação e pela qualidade de vida. Felicidades!

 

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