Salto cronológico de Senhora do Destino

De fato, é inegável que Senhora do Destino é um dos maiores sucessos da TV brasileira. Dificilmente, com a evolução da internet, e das multiplataformas, uma novela vai alcançar o mesmo índice de audiência.

Exibida originalmente em 2004, nesta semana, a novela de Agnaldo Silva voltou, pela segunda vez, a ser reapresentada no Vale a Pena Ver de Novo, nas tardes globais. Mas isso não quer dizer que a trama de Nazaré Tedesco (Renata Sarrah) não tenha lá suas coisas estranhas. Na primeira fase, Maria do Carmo era interpretada por Carolina Dieckmann e, na segunda, ela interpretou Lindalva, a filha da Maria do Carmo (Suzana Vieira). Bem confuso quando rolava algum flashback na história.

Ainda na primeira fase. A trama começa nos anos 1960, em meio à ditadura militar. Daí passam-se 20 anos e aparece Lindalva adulta. Ou seja, deveria ser nos anos 1980. Mas a novela é ambientada nos anos 2000.  Na época em que estreou, esse salto cronológico foi muito criticado. Teve gente que deixou de acompanhar a história por causa disso.

Contudo, as reclamações foram diminuindo na medida em que o telespectador entendeu que nem tudo precisa ser tão lógico numa trama em que a vilã matava jogando pessoas por escada abaixo ou com um ventilador ligado na dentro de banheira cheia d´água. Isso sem contar que Nazaré roubou a filha de Maria do Carmo e criou Lindalva, trocando o nome da criança por Isabel.

A teledramaturgia é uma ficção e o telespectador precisa lembrar disso. Senhora do Destino acabou em samba, com cenas gravadas durante o desfile oficial do Rio de Janeiro. Como diria o Giovanni Improtta, personagem do falecido José Wilker: “o tempo ruge, e a Sapucaí é grande!”.

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