Muito se fala sobre os riscos de se tomar a pílula anticoncepcional. Normalmente não conseguimos identificar o que é verdade e o que é exagero, não é mesmo? Pois bem, vamos tentar então esclarecer a maior dúvida de todas: tomar pílula pode dar trombose?
O que causa o risco de trombose na mulher é o nível de estrogênio – hormônio feminino – no nosso corpo. Só pelo fato de nascermos mulheres nossa probabilidade de desenvolver a trombose já aumenta em comparação com os homens.
Quando tomamos uma pílula anticoncepcional à base de estrogênio e progesterona, que são os mais utilizados e englobam a maioria das pílulas, o anel vaginal, adesivo e injeção mensal, ingerimos mais estrogênio.
E, como consequência, aumentamos o risco de trombose numa média de 2 a 4 vezes. Porém, veja bem, não existe um grande vilão. A gravidez, por exemplo, aumenta nosso risco em 60%. Então, deixar de tomar a pílula com medo de trombose não faz sentido. Além do risco elevado de uma gravidez indesejada, caso esta ocorra, o risco de trombose na gestação é bem mais elevado do que na mulher não gestante que utiliza este anticoncepcional.
Também reforço aqui que não há uma marca X ou Y causadora de trombose. O que acontece é que algumas marcas variam de 30 mcg para 35 mcg de estrogênio. Uma pequena dosagem que, se indicada por um bom médico, trará mais benefícios que riscos à paciente.
Toda medicação deve ser indicada por um médico. Ele irá avaliar se o seu risco de desenvolver trombose é maior de acordo com seu histórico familiar e estilo de vida (se fuma, bebe, tem sobrepeso ou é hipertensa).
Nesses casos de risco aumentado, indica-se pílula à base apenas de progesterona: pílula oral, o injetável trimestral e o implante de progesterona (Implanon®)*. Outros métodos contraceptivos também podem ser indicados, como dispositivos intrauterinos de cobre ou o SIU (Mirena®)*, bem como a camisinha ou diafragma.
Fique sempre atenta! Cada organismo reage de forma diferente a diferentes tipos de medicamentos. Por esse motivo a automedicação é tão combatida por nós médicos. Sempre devemos consultar um especialista.
Até a próxima semana!