Vitória de poesia

Na Baixada, Atlético 4×1 Vitória.
A escritora Lya Luft escreveu que “se não conheço os mapas, escolho o imprevisto: qualquer sinal é bom presságio”.
A dor que grudou na perna de Lucho González e o afastou de campo, quando o Atlético se submetia à superioridade do Vitória e perdia na Baixada (1×0), foi o presságio de que as coisas estavam erradas.
Nos momentos de dúvidas, que não são poucos, e nos de apuros, que são muitos, o Furacão sempre tem que recorrer ao seu único fio condutor: Nikão. Saiu do banco para, ainda no primeiro tempo, cobrar um escanteio e colocar a bola na cabeça de Wanderson, que vai se tornando um talismã: 1×1.
Depois, no segundo tempo, para limpar um espaço na entrada da área, cheio de baianos, e chutar no canto esquerdo de Fernando Miguel. E provocando desordem no time do Vitória, flutuando no campo como se fosse o pássaro de Chico, abriu espaços para o contra-ataque de Douglas Coutinho, que terminou com o gol de Ederson. E, assim, abriu todo o campo para o menino Rossetto, de longe, fazer um gol, que pela pena notável do nosso escritor José Carlos Fernandes, seria “do além”.
Não me lembro da última vez que o Furacão fez um jogo como esse que fez no segundo tempo para golear o Vitória. A partir de Nikão, o treinador Eduardo Baptista interviu e ordenou o time, liberando os jovens Rossetto e Matheus Anjos para ter a bola e jogarem com ela. Um Furacão leve, solidário, profundo e talentoso apareceu. Um menino que tem Anjos no nome, foi a surpresa. Se se chamasse Gabriel, era possível afirmar que tinha vindo do Céu.
A torcida, ainda, sonhou com um gol de Grafite. Mas foi melhor que não saiu. Iriam pensar que o sobrenatural estava em campo conduzindo o Furacão.
E tudo foi natural, a partir de Nikão, o melhor em campo.

Derrota

O Coritiba não ganha há 5 jogos. Perdeu para o Grêmio, em Porto Alegre, e ontem perdeu para o Cruzeiro, em Belo Horizonte (2×0). É possível que alguém afirme, que os coxas estão em decadência.
A avaliação equivocada foi quando o time de Pachequinho ganhando, ou somando pontos em todos os jogos, manteve-se entre os primeiros. Engordou contra o Atlético Goianiense e Vitória, que vão lutar contra o rebaixamento; e, contra o Furacão, que àquela altura, não sabia bem o que queria fazer. Depois empatou com o Botafogo, Bahia e Corinthians com o benefício da dúvida ou de erro de arbitragem. Então, não há que se sugerir como decadência do Coxa.
O Coritiba perdeu a referência com a exclusão judicial de Kléber. É confortante a entrega ao jogo de Alecsandro, mas não há o dinamismo de Kléber. É um problema que no momento não há solução para o Coritiba.