Um treino de gala

Na Baixada, pela Sul Americana, Atlético 3×0 Club Atlético Newell’s Old Boys.

Imagine o pior dos times que nos últimos tempos, apareceu por aqui. Nem o mais dos pessimistas atleticanos (se é que exista um), iria imaginar que fosse um time argentino, esse rubro-negro de Rosário.

O Furacão, que se preparou para disputa contra a cultura de briga e de técnica argentina, foi surpreendido. Logo que o jogo começou, o Newell’s mostrou ser frágil no aspecto individual, e desconsertado no tático. Então, sem resistência, o nosso Atlético nem precisou jogar o jogo treinado. Simplesmente, passeou.

O Furacão precisou do primeiro tempo para resolver o jogo. Em falha do goleiro, logo aos 8 minutos, Pablo de cabeça. Depois, Nikão chutou de longe, e fez o segundo. Daí e imediatamente, veio o terceiro, o de Guilherme. Sem trocadilho com a cidade do Newell’s, esperava-se um rosário de gols. Mas daí o comodismo próprio de times brasileiros bateu no time atleticano. Continuou dominando, mas a descontração levou-o a perder gols. Um quarto resolveria o futuro, embora por mais que melhore jogando em casa, o time argentino não deve ser muito diferente.

Mas não posso terminar assim, porque pode ficar a impressão de que o Furacão só ganhou em razão da fragilidade argentina. No futebol, uma virtude importante, é impor a superioridade. E, aí, no primeiro tempo, o time da Baixada foi virtuoso.

Não é contradição, mas o melhor em campo foi argentino.

O velho Lucho González mostrou a diferença entre o futebol argentino do passado e do presente. Sem precisar correr, cortando e encurtando caminhos, deu uma aula de como se joga futebol.

O menino Renan Lodi que entrou na lateral-esquerda mostrou que é melhor do que Carleto, o titular.

Do jogo, levei uma certeza e uma desconfiança: do meio para frente, o time parece ter aprendido o que o treinador Diniz ordena; mas, do meio para trás, há um vazio que escancara a zaga. Presumo, que Fernando Diniz, também, entenda que faz parte da beleza do jogo de um time defender-se.

Bem resumido, como eu anunciava da Baixada dos pinheiros, quando era repórter de rádio, “o Furacão treinou e foi um treino de gala”.

De primeira

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