Um Brasil previsível

Copa do Mundo de 2018. Rostov, Rússia: Brasil 1x 1 Suíça

Para quem pensava que o objetivo das duas seleções nessa Copa permitiria o Brasil oferecer uma solução de vitória natural, à certa altura do jogo, tornou-se um drama. Com o empate, tornou-se uma miragem.

Nessa época, em que a posse de bola passou a ser referência para análise, toma-se ela como uma origem sem vícios. Pois lhes digo, que a posse de bola enganou o time brasileiro.

Obrigando que as jogadas brasileiras fossem concentradas sempre pela esquerda para que a bola entrasse na órbita de Marcelo, Neymar e Coutinho, os suíços aceitaram cada proposta brasileira. Com o seu jogo de péssimo humor como é a ocupação de espaços pela força, a Suíça acabou remetendo o Brasil para um jogo que nunca conseguia alcançar o ponto final. E para se defender nada melhor do que enfrentar o previsível. O gol de Coutinho foi um fato fora do contexto, pois reclamou apenas o seu talento para chutar de fora da área.

Ficou a sensação de que o Brasil sofreu prejuízos da arbitragem, que teria interpretado jogada normal no gol suíço, em que Steven Zuber disputou com Miranda. A narração oficial afirmou que foi falta. Entendo que o suíço tocou em Miranda depois que a bola havia passado pelo brasileiro. Mas o suposto erro pode justificar o empate, mas não o jogo do Brasil. O empate não irá frustrar a classificação, porque a Sérvia é mais acessível que a Suíça, e a Costa Rica não se é considerada.

A vitória não iria afastar a ideia de desordem do meio campo, com reflexos em todo o time. As funções de cada um, a exceção de Casemiro, são indefinidas. E um meio campo inseguro pela falta de definição, repercute na exposição da defesa e na falta de apoio ao ataque. Não iria afastar, tampouco, o caráter paternalista da insistência com Renato Augusto, que até um dia desses corria o risco de corte.