Sobrevivência

No Couto Pereira, Coritiba 1×1 Fluminense.

Havia um tempo, a superioridade individual de um time, tinha a capacidade de absorver a expulsão de um jogador. Depois que a posse de bola e os espaços passaram a ser disputados, também, pela força, a diferença numérica passou a ser decisiva. Mais, ainda, quando quem fica com dez em campo é um time cheio de limites, como é o do Coritiba.

A partir desse princípio, é possível afirmar que os coxas sobreviveram a todas as circunstâncias que lhe foram contrárias no primeiro tempo desse jogo contra o Fluminense: a falha de Luccas Claro e do goleiro Wilson no gol de Gum, a insegurança de Raphael Veiga, seu melhor jogador, o gol perdido por Leandro e a expulsão imotivada de Kléber, ainda, no final do primeiro tempo.

O acaso, muitas vezes, intervém nas nossas ações e indica-nos o caminho correto. A expulsão de Kléber e a contusão do zagueiro Nery Bareiro exigiram que a intervenção de Carpegiani ajustasse o time: Juninho de zagueiro, permitiu que Juan jogasse pelo lado, juntando-se ao venezuelano González. Pela direita, bem aberto, Kazim jogando com Leandro. Resultado: os coxas com dez jogaram o que não jogavam com onze, transformando o gol em uma simples consequência do domínio sobre o Fluminense. E veio em belo estilo com Leandro. Os gols perdidos pelo time de Levir fazem parte da vida de quem, perdendo e limitado, obriga-se a jogar com dez.

Condições

O Atlético joga no Independência, em Belo Horizonte, contra o América. O seu favoritismo, nesse jogo, não decorre apenas da sua superioridade técnica, mas das circunstâncias que lhe impõem uma obrigação de vencer. Todos os argumentos, alguns até razoáveis, que tinha para não ganhar fora da Baixada estão superados: eliminado da Copa do Brasil e ausente da Sul-Americana, há um mês só disputa o Brasileiro; o time, a exceção do goleiro Weverton, está completo; Nikão, que até a contusão vinha sendo o jogador mais regular, está de volta; e o América já está fazendo planos para disputar a segunda divisão; o Independência que tem gramado excelente, estará vazio. É o exemplo do jogo em que o Furacão não pode decepcionar a sua torcida.

Queda

Uma velha notícia: o Paraná perdeu. Agora, para o Vasco, em Cariacica: 1×0. Mais grave: foi daquelas derrotas que ele próprio anunciou ao vender por trinta moedas o direito de mando. A expressão “trinta moedas” pondera o estado temerário em que se colocou no campeonato. Contra o Bragantino é o jogo de “trinta mil moedas”.