Sentimento futuro

Hoje, na Vila Capanema, Paraná x Atlético.

O Furacão cresceu tanto que as emoções fundadas em tensão é ele que também, provoca.

E se o Atlético não ganhar, e se o Atlético for excluído do Estadual, o que acontecerá amanhã? Nada, absolutamente nada. É impenetrável a redoma em que o Furacão foi colocado. As consequências de uma derrota só alcançam os sentimentos da torcida, passando longe dos interesses por negócios que são hoje os motivos imediatos da vida do clube.

Um dia desses, a editoria da Tribuna foi feliz ao dar o título de uma matéria sobre a reunião do doutor Petraglia com seus seguidores: “Em ‘palestra show’, Mário Celso Petraglia fala de tudo, até do Atlético”. O que eu quero dizer é isso: se o Atlético não seguir no Estadual, a consequência não irá além da frustração da torcida, não alcançando qualquer segmento do comando.

Provoco agora a questão mais importante: o fato do Atlético como empresa não se abalar com um fracasso no campo é bom ou é ruim?

A resposta depende da época em que o seu torcedor começou a ter consciência do que lhe representa o Atlético. Para quem viveu o Atlético administrado só por ideais, como é a minha geração, qualquer fracasso hoje é absorvido sem traumas, porque o que tinha que sofrer, já sofreu. Sabe que o clube não depende de resultado de um título estadual, que hoje já não tem tanta expressão técnica e material.

Mas para essa geração que foi criada na Arena da Baixada, o ganho do estadual repercute no orgulho, pois representa a supremacia sobre rivais. E é para essa geração que o Furacão tem que jogar, tem que seguir em frente e ganhar o Estadual.

Faço toda essa volta para repetir a pergunta lá de cima: e se o Atlético não ganhar, e se o Atlético for excluído do Estadual, o que acontecerá amanhã? Tudo, porque estará ferido o sentimento do futuro.

Ocorre que o Furacão vai seguir em frente no Estadual.

Comentários

Leio todos os comentários que seguem o blog. Talvez não me conheçam pessoalmente, mas por ser formado na sala de redação da Tribuna do Paraná, Gazeta do Povo e Correio de Notícias, aceito qualquer crítica. O que não é aceito é ofensa, e essa será descartada. Por exemplo, seu tivesse só comentaristas como esses que se identificam (e deve ser a identidade correta) como Jorge, Alex e Jarvas Mascarenhas, que discordam, ironizam e não ofendem, eu seria o mais feliz do jornalismo brasileiro.