À procura da paz

Dinheiro pode não trazer felicidade, mas acalma os nervos, aprendi com Salomão Soifer, o dono do Pátio Batel. Uma vitória pode ter o mesmo efeito: rompe, mesmo que de forma temporária, os efeitos de uma linha de derrotas, cria a ilusão de tempos de vitória e acaba acalmando alguns sentimentos.
Na Baixada, pra seguir em frente na Copa do Brasil, o Atlético teria que ganhar de 5 a 0 do Grêmio Portalegrense. Corro o risco mesmo que mínimo, de tratar do fato como se já fosse passado, porque não há uma única alma rubro-negra que carregue a esperança do fato. Ganhar de cinco é uma coisa, precisar ganhar de cinco é outra. Entre uma e outra, há o infinito, disse certa vez o amigo Paulo Cesar Carpegiani.
Se é assim que o jogo deve ser tratado (e até o técnico Soares, assim, admite), então tratemos da importância do jogo para o Furacão como uma verdade real.
O Atlético vive o seu pior momento de sua vida recente. E não pense que seu drama está no campo, embora seja ele o aparente motivo de arder em brasa. E digo mais: ser eliminado da Copa do Brasil, depois da Libertadores da América, disputar o rebaixamento até o fim do campeonato, e até ser rebaixado, serão fatos pesados e humilhantes, mas nada que não se supere em um ano. O fracasso técnico seria apenas um detalhe no mundo de problemas do clube. Sei que há o dirigismo de arquibancada pelos resultados. É da cultura do torcedor ter como referência para presumir a situação do clube como instituição, apenas vitória. Ninguém quer saber se tem dinheiro, ou se tem, de onde veio, ou se veio, quando irá acabar.
Mas no Atlético as coisas já não podem ser consideradas pela aparência da vitória no campo. A situação do clube tornou-se grave com o afastamento de Mário Celso Petraglia para, independente de motivo, não se expor. Precisa ser discutida de público por conselheiros, sócios, torcedores, ex-dirigentes e imprensa. Petraglia precisa vir a público e dizer o que sente, o que quer, o que pensa, o que vai fazer.
O Furacão precisa de paz. E a paz não virá com uma simples vitória seguida de eliminação.

Loucura

Às vezes, o Paraná parece ser o Botafogo: tem coisas que só acontecem com ele. Leiam esse: ao chegar, o novo técnico Lisca “Doido”, foi orientado para ir morar em apart hotel, do Pestana, sem ônus para o clube. Chegando lá, encontrou a camareira terminando de prepará-lo. “Em cinco minutos, eu entrego”, disse ela. Sem paciência Lisca censurou a pobre mulher, bateu a porta e foi embora para o Bourbon. Não quer mais sair de lá. Acha que é técnico para ficar em hotel 5 estrelas.

De primeira

Amanhã eu escrevo sobre o Coritiba. Um coxa, e dos grandes, pode ser o candidato único para a presidência do clube.