Por exclusão, sobras

Bons tempos em que a convocação para a seleção brasileira provocava intensos debates do povo. Não se discutia o que era justo, mas o que era injusto. Os craques eram tantos e as opções sobravam, que o próprio comando, às vezes, concordava com a afirmação popular.

O treinador Tite deve concordar: a convocação sem críticas não traz o significado de unanimidade, mas de conforto. Isso ocorre quando ela tem base na sobra que fica depois da exclusão da maioria. A exceção do lateral Marcelo, dos meias Philippe Coutinho e Willian, e do atacante Neymar, os chamados agora não seriam convocados nem em 2002.

Quando não há surpresa é um péssimo sinal. Não será fácil a vida de Tite. Tratando-se do sistema defensivo, o critério de exclusão obrigou a convocação de jogadores que terminam mal a temporada europeia. Os franceses não querem mais ver Tiago Silva no PSG, e os italianos aponta Miranda como um dos culpados pelo fracasso da Internazionale, no Italiano. Sem Daniel Alves, os fracos Danilo e Fagner foram os que sobraram para uma camisa que já foi vestida por Djalma Santos, De Sordi, Carlos Alberto Torres e Cafu.

De Casemiro para frente foi convocado quem tinha que ser. Talvez, Artur do Grêmio deveria ir. Ele e Luan podem ser para Tite, o que Neymar e Ganso foram para Dunga em 2010.

Bem resumido, com a falta de qualidade da atual geração, se o Brasil for campeão, desta vez, será possível afirmar que ganharia com qualquer treinador, que oferece a Tite até uma situação confortável.

Fatos

Dois fatos lamentáveis: o fracasso do sistema de segurança pública em Curitiba, que abriu brecha para se estabelecer torcida única nos jogos, e o marketing do Atlético, que obrigou o goleiro Santos a atrair câmeras por portar um telefone celular. Esse segundo mostra como anda o comando do Furacão. Não obstante integrar-se a uma campanha a favor do trânsito, o fato provocado através de Santos mostra que o time é incentivado à descontração.