Obrigação

O nosso Carlos Drummond de Andrade, buscando um consolo pela falta de bom candidato em uma eleição no Rio de Janeiro, escreveu: “uma eleição é feita para corrigir o erro da eleição anterior, mesmo que o agrave”. Talvez, seja esse o sentimento do povo de Curitiba, obrigado a participar com o voto de um jogo rasteiro, que reduziu a moral em lixo. A democracia corre perigo quando a escolha dos governantes passa a ser por exclusão.

O Atlético volta à Baixada. Agora, contra o Cruzeiro. Uma pergunta: Pablo vai jogar? Pode ser uma provocação simples, até uma curiosidade sobre a presença ou não de um jogador. A questão, não duvide, é importante: sem Pablo, o esquema do Furacão fica desconexo. Por não ter variações, limitando-se a trocar bolas, fica previsível.

Com Pablo, o Atlético é favorito. Sem Pablo, o Atlético será imprevisível.

E Autuori deveria ir além: Lucho Gonzáles está frágil física e tecnicamente. Parece que esqueceram que o argentino aos 36 anos, já era considerado em Buenos Aires um “ex-futebolista”. Qualquer que seja a função de Lucho (se é que ele desempenha alguma), Nikão a executará melhor.

Futuro

Bem que o Coritiba vendeu um bom pacote de ilusões para a sua torcida. Fez bons jogos na Sul-Americana, e por quarenta e cinco minutos ignorou a lógica em Medellín. Mais pelas virtudes do Atlético Nacional do que por suas limitações, foi eliminado.

Nunca é bom perder. Mas no futebol, às vezes, é impossível, principalmente quando os limites são escancarados como os do time de Carpegiani.

A única missão que resta, e que os coxas de bom senso entendiam ser, é a de não ser rebaixado para a segunda divisão. Esse jogo com o Botafogo, no Rio de Janeiro, não é em um bom momento. Se perder, o que será lógico, o Coritiba voltará mais pressionado. Vai jogar contra Vitória e Santa Cruz sem ter direito ao erro.

Imagino que Carpegiani será coerente. Amaral deve jogar de volante, Ruy e Gonzáles no meio.