O Boxeador

Não escrevi sobre a nova derrota do Atlético, agora, para o Botafogo, no Rio de Janeiro. Desculpem os torcedores do Furacão, não os abandonei.

É que em Montreal, mato saudades de minha filha Betina. Já em idade que precisamos resolver coisas do coração, fui ver Paul Simon, em seu concerto de despedida, no Montreal’Bell Centre.

Quando Furacão sofreu o segundo gol, Simon estava cantando a sua obra eterna: The Boxer, “O Boxeador”. É aquela canção que narra a ilusão de um menino que vem para a cidade grande, e que nocauteado, resolve voltar para a sua casa. Eis a estrofe final: “Na clareira está em pé um boxeador. E um lutador por ofício. E ele carrega uma lembrança. De cada luva que lhe abateu. Ou lhe cortou até gritar. Em sua raiva e sua vergonha. Estou indo embora, estou indo embora”.

Mas o lutador ainda permanece

Fernando Diniz seria, no Atlético, esse “Boxeador”?

Apareceu por aqui com tanta ilusão e boas intenções, e agora é obrigado a oferecer-se ao fracasso. O seu time, que por seu azar é o Atlético, o maior do Paraná, não ganha, só perde, e é o penúltimo do Brasileiro.

Quando escrevo, é possível que Diniz já tenha sido demitido. É que uma reunião malandra de Petraglia, de todos os conselhos, usando o presidente Emed, vai decidir sobre o futuro de Diniz. Demitido, Petraglia irá dizer que foi decisão dos conselheiros.

Seja qual for a solução, admitindo a exclusão do treinador, o problema do Atlético estará resolvido em parte. O problema é a incompetência de Petráglia para tratar das coisas de futebol. É a sua falta de respeito à dignidade do torcedor, não como atleticano, mas como ser humano.

Visão de inglês

Um programa simples, uma festa que não representou a cultura da Rússia, e uma goleada de 5×0 sobre a Arábia Saudita. E assim, os russos se apresentaram ao mundo. Tudo sem graça: a festa de abertura e a goleada. No passado diriam que era coisa para inglês ver.