O Boca voltou?

Em Toledo, o Paraná goleou: 5×0. Dirão que o jogo não serve de referência, porque o time de lá é fraco e será rebaixado. Então façamos uma conta de educação infantil: desconte-se tudo de errado do Toledo. Ainda, assim, as virtudes do Paraná irão sobrar. Não seria justo atribuir a goleada do Tricolor, só à fragilidade do Toledo. No futebol, uma das grandes virtudes é aproveitar a inferioridade alheia.

Um amigo e dos grandes, sempre prega que o Paraná só atrapalha, ocupando espaço na mídia de Atlético (seu time) e do Coritiba. Não é verdade, e se fosse, neste momento todos têm que engolir o Paraná: o time da Vila está sobrando no campeonato.

A goleada que deu no Toledo, ontem, em Toledo, foi o resumo fiel dos números que somou nesse campeonato: nada foi produzido pelo acaso, porque tudo foi consequência de um time bem ordenado por esse inteligente Wagner Lopes, seu treinador. E com um belo jogador, que se continuar assim, será o melhor do campeonato, Renatinho, que jogaria no meu time.

Será que o Boca-negra está de volta?

Perguntarão: por que esse tratamento de Boca?

É um tema que poderá emocionar os tricolores.

Volto a ele.

Desenganos

A saudade pelo Atlético (era véspera de seus 93 anos), me empurrou para dentro da Baixada. Mas foi um susto ameaçador que me tirou de lá após o empate com o Cianorte, 1×1: quando fala que esse “time alternativo” é o futuro do Furacão, Paulo Autuori está provocando desenganos no torcedor. Do desengano, vem a vaia.
Na minha vida, vivi mais tempo na Baixada do que na minha casa. Confesso que não me lembro de uma geração tão frágil e tão sem qualidade técnica como essa de jovens.

É um desengano tratar como futuroso um time que tem Crysan, Luis Henrique e Douglas Coutinho como atacantes, que juntos ou isolados, são a representação viva dessa carência.

Nas laterais e no meio, não há um único jogador que há médio prazo vá ser a solução para qualquer uma das posições dos setores. De geração só Wanderson, Marcão e Rossetto.

E o mais grave é a padronização da desordem tática. Não é coincidência que esse “time alternativo”, padroniza até os equívocos de jogo do time principal, como a distribuição confusa de zagueiros e volantes no gol do Cianorte. Se o “time da Libertadores” sofre menos, é porque tem jogadores com capacidade de compensar as falhas do banco.