Normalidade

Uma das inúmeras virtudes de Paulo Autuori é ser o contraponto da angústia e até do pessimismo do torcedor atleticano. Contra o Flamengo, no Maracanã, pela Libertadores, o Atlético não terá Otávio, Pablo, Carlos Alberto e Felipe Gedoz. Se jogar, não se sabe o limite de Lucho González, seu talismã, e tem Grafite que não joga há um mês.
Convenhamos que não é pouca coisa. O torcedor, que vê as coisas com os olhos da paixão, pode ir além: é muita coisa, pois afinal, trata-se de um setor inteiro ausente, que é o meio campo. Mas, Autuori por ter autoridade e consciência de que não pode aumentar o significado das ausências, absorve-as, dando-lhes um tratamento de baixo relevo.
Bem pensado, Autuori parte do princípio de que não há diferenças fundamentais: Deivid (por ser marcador), Rossetto e João Pedro podem se adaptar perfeitamente com as características do jogo. Então, obedientes a Paulo Autuori podemos ficar assim: está tudo normal com o Atlético para o jogo do Maracanã.
E vejam só como o Furacão cresceu como instituição.
Havia tempo, um jogo no Maracanã contra o Flamengo, era ambientado na certeza da derrota. Qualquer resultado que se afastasse dela, era uma surpresa, um acontecimento. Hoje, qualquer resultado está dentro da lógica, porque está atrelado as circunstâncias originadas durante o jogo, e não em razão de campo, torcida e tradição.

Importância

O jogo do Couto Pereira contra o Cascavel é apenas para confirmar a classificação do Coritiba para a semifinal contra o Cianorte. Com uma folga de cinco gols, e em razão da fragilidade adversária, pode-se afirmar que é uma situação irreversível.
Então, o jogo que deve provocar mais atenção entre nós, é o do Paraná contra o Vitória, em Salvador, pela Copa do Brasil. Não acredito que a exclusão do Estadual tenha provocado uma alteração no espírito dos jogadores. Nos dias de hoje o sentimento de perda obedece uma regra geral no futebol: diferente do torcedor, o jogador neutraliza em uma madrugada.

Comentários

Gosto dos meus “comentaristas” da coluna. Mas alguns precisam aprender a interpretar melhor meus textos. Quando critico o goleiro Weverton por ter provocado a torcida do Paraná, é porque ele não é um jogador comum. É um goleiro de seleção brasileira, o que sugere ser um dos homens de confiança do treinador Tite. Se pode evitar determinadas situações, tem que evitá-las. E não pense que Paulo Autuori não o censurou pelo ato de domingo.