Na barra da calça

Os valores da personalidade, no futebol, às vezes submetem-se às obrigações, que se originam de um contrato. O zagueiro Paulo André, do Atlético, comoveu o Brasil quando liderou o movimento “Bom Senso”, pelo qual a classe de jogadores, pelas mais diversas manifestações, conseguiu algumas mudanças reclamadas pelo futebol brasileiro.

Paulo André cortou na própria carne com seu idealismo, obrigando-se a um exilio involuntário no futebol chinês. Na volta, embora contratado pelo Cruzeiro, pouco jogou. Talvez, em razão das condições físicas, mas com certeza por influência da classe patronal.

Embora afastado há tempo do Atlético, Paulo André não deixou de ser amigo de Mário Celso Petraglia, que o trouxe para o CT do Caju.

Literalmente para o CT do Caju. Aos 33 anos de idade, Paulo André segue a regra atual dos filhos que retardam, preferindo ficar na barra da calça dos pais. Então, desde que voltou, reside no CT do Caju, vivendo o Atlético 24 horas por dia. Em linguagem figurada, como se fosse um filho do Atlético, está agarrado na barra da calça do pai.

Eu quero dizer, que mesmo sem conhecê-lo pessoalmente, admiro esse moço.

Surpresas

O meia-atacante Luan foi o melhor jogador do Brasil em 2017. Continua sendo nesse início de 2018. No entanto, não foi convocado para os jogos contra a Rússia e Alemanha. Tite preferiu os recursos limitados de Anderson Talisca, que joga no Besiktas. As convocações de Fagner e Rodrigo Caio nem o treinador conseguiu explicar.

Das surpresas, a única convocação justa foi a do goleiro Neto, que é um dos destaques do futebol espanhol, jogando pelo Valência. Revelado pelo Atlético, Neto desperdiçou 2 anos sonhando em ser o substituto de Buffon, na Juventus. Com certeza, seria um dos goleiros de Tite na Rússia. Mas o terceiro será Cássio, do Corinthians.

Fracasso

Quando os clubes se inscrevem para disputar um campeonato, obrigam-se a aderirem o regulamento, que transportado para as normas de Direito Civil, é um contrato de adesão. Há um princípio de direito contratual, que ninguém a permanecer no prejuízo.

O Estadual que está sendo jogado traz prejuízos a todos os clubes, e lucro só para a Federação Paranaense de Futebol. Agora mesmo, na última rodada, os três grandes clubes jogaram em Curitiba, perante as suas torcidas, e somados os públicos não alcançam 15 mil torcedores.

Mas a Federação vai arrecadando. E por ter sido convidada pela CBF para ir à Rússia ver Copa do Mundo, com esse dinheiro já deve estar comprando dólares para as despesas, não incluídas na conta da entidade maior, do seu presidente Hélio Cury.