Lições de humildade

Não há ninguém que conteste que as ideias do imortal Johan Cruyff continuam exercendo tamanha influência no futebol, que se tornaram a sua bíblia.

Com uma linguagem universal, em razão da lógica e do realismo, a sua autobiografia já no preâmbulo adota o princípio da humildade: “O futebol é um processo que consiste em cometer erros e não se frustrar, ser humilde e reconhecê-los, analisá-los e procurar acertar. Se não reconhecesse meus erros eu teria perdido coisas fantásticas”.

É bem possível, que lendo essas lições intensas, Mário Celso Petraglia deixe de acreditar que é deus e reconheça, que também, erra. Então, acalmaria os sentimentos no Atlético, e dispensaria essa Assembleia marcada pelos sócios, aceitando voluntariamente as propostas mais relevantes como justas, e implementando-as.

O sistema que o Atlético adota para taxar os ingressos, por partir da sua violenta proposição de que “futebol não é coisa para pobre”, é repugnante por discriminar o torcedor por classe social. Seria até aceitáveis valores especiais para quem se dispõem a escolher locais privilegiados. Mas isso, não pode implicar, como ocorre, na subtração do direito dos sem privilégios. Há atleticanos que até hoje não conseguir entrar na Baixada para ver o seu time do coração jogar.

O sistema de biometria como condição de entrada, é absolutamente inovador e legal. O que é ilegal é a sua regulamentação, pois a carência de tempo a partir da segunda cadeira, limita o direito de uso, invadindo a esfera patrimonial dos sócios. Aliás, surpreende que nenhum sócio ou nenhuma associação tenha ido à Justiça suspender os efeitos dessa regulamentação.

Impedir o uso de camisas que não seja a do Atlético, bandeiras e adereços, é atingir a essência de um jogo de futebol como espetáculo popular.

Essas questões, à essa altura do Brasileiro, são mais importantes que vitórias ou derrotas. Bem por isso, a vitória sobre o Botafogo (1×0), tornou-se irrelevante diante da necessidade da crise política ser superada. E só Petraglia pode fazê-lo, se transigir com os erros e reconhecer que está em uma casa da vida que faz bem ser humilde.

Importância

Quando o jogo do Couto Pereira com a Ponte terminou, os coxas, talvez, tenham ficado em dúvida se o empate (1×1) foi um mau resultado. Pois respondo que não.

É questão matemática. Quando há vantagem em números de um adversário direto, o princípio central é não perder. É verdade que a vitória iria resolver a vida do Coritiba contra o rebaixamento. Mas não se pode desprezar as circunstâncias do jogo: a Ponte jogou para ganhar, e até começou ganhando com o gol de Léo. Depois do empate com o gol de Yan, o Coritiba só teve o domínio, mas não teve profundidade. O empate deixa tudo como está, o que não é ruim em razão da situação anterior.

De primeira

Amanhã eu apresento e justifico, as razões que levaram o meu diretor Rafael Tavares a determinar a exclusão temporária dos comentários de leitores no neste blog.