Imprevisível

Como o Atlético está absorvendo, para o bem ou para o mal, toda a opinião pública, o Coritiba anda um pouco esquecido, quase posto de lado. Agora, domingo, na Baixada, tem um Atletiba para o qual o Furacão já carrega uma desculpa para eventual fracasso: jogará com o seu time reserva, que foi incapaz de ganhar até agora um único jogo.

Essa opção que seria forçada pela Libertadores, afastaria um elemento da natureza do grande clássico: a igualdade, da qual origina-se o imprevisto. Concorda o leitor?

É verdade: a opção do Furacão por um time reserva não é forçada, é voluntária. E se foi pela força, a sua responsabilidade rigorosamente é aquela produzida pelo tempo. Mas o que a torcida atleticana pode fazer, se Autuori e a diretoria a transformaram em um simples detalhe comercial? Da forma como o Furacão se projetou, jogar um Atletiba é a mesma coisa que jogar em Prudentópolis.

Em tese, o Coritiba vai para o clássico mais inteiro. Trato o fato como teoria, porque nem Paulo César Carpegiani é capaz de arriscar uma superioridade. Sem opções para formar um meio-campo lúcido, sente-se obrigado a alterar a geometria que havia riscado desde janeiro.

Quer dizer: os coxas vão jogar sem a consciência do alcance do seu jogo. Na prática, entram igual ao Furacão. Dito bem resumido: a insegurança que os dois irão levar para campo devolvem a igualdade que o Atlético não fazia questão de oferecer. E tudo fica imprevisível.

Como ando com saudades de ver Atletiba em estádio, vou à Baixada.

Curiosos

Uma das coisas mais pitorescas do futebol, é o dirigente na condição de marinheiro de primeira viagem. Quando assume um posto sem saber as coisas do futebol, provoca risos.

O presidente Rogério Bacellar, do Coritiba, é um desses. Ouvindo tanto falar que o time precisa de um “número 10”, ele passou a ser intransigente: seja quem for, tem que trazer um “número 10”. Por brincadeira, um conselheiro lembrou que Djalminha era número 10. Bacellar teria perguntado: “ele joga na meia esquerda e com a perna esquerda?”. O presidente não sabia que se tratava do Djalminha, que foi o último grande “10” do futebol brasileiro jogando pelo Palmeiras, já abandonou o futebol.

Um dia o presidente Bacellar aprende.

Perguntas

Por onde anda Juliano Belletti?

Por que Paulo Autuori se amarra tanto em Lucho González?