Ilegal, abusivo e arbitrário

Quando não tem com quem brigar (ou processar), Mário Celso Petraglia, o presidente oculto do Atlético, briga com os próprios atleticanos. Usando a caneta de carga inesgotável, aumentou em 150% o valor da mensalidade dos sócios do chamado setor FAN, que ele próprio escolheu para as torcidas organizadas.
Para justificar o ato, conta de baderna e violência, que repercutiram em prejuízos pelos mais diversos títulos, em especial financeiro e técnico.

O motivo seria mais do que o razoável. Teria uma causa absolutamente justa. A causa seria alinhada com o justo. Seria e teria que ser exaltada por todos, se não fosse um detalhe relevante: foi o doutor que deu a causa imediata para que fosse criado esse estado temerário.

Há o histórico de uma relação que bem resumida é assim: Mário Celso Petraglia castiga, punindo as organizadas de alguma forma, e depois, para manter o poder, faz acordo, mantendo espiral de promiscuidade, que se renova a cada eleição.

Mas, ainda assim eu descartaria esse argumento, e daria razão ao doutor. Ocorre que ao aumentar em 150% o valor da mensalidade do setor, Mário Celso Petraglia não está querendo punir as organizadas, mas esvaziar o segmento mais substancial dos sócios, que é o popular.

Esse setor FAN não é exclusivo dos “Fanáticos”. Em proporção maior, estão torcedores, que atendendo a um apelo da paixão, sacrificam até o direito de se alimentar em um dado momento, para ver o Atlético jogar. E, se fossem só “os Fanáticos”, ainda assim não teria o direito de praticar um preço de usura, sem qualquer critério sócio-financeiro-econômico.

Já escrevi aqui, e volto a fazê-lo: Petraglia quer é continuar com o processo de esvaziamento do quadro de sócios. Ao reduzir o direito de uso de mais uma cadeira com o sistema de biometria, motiva a devolução de outras cadeiras pelo mesmo titular. Quem tem seis cadeiras, tem seis votos. Devolvendo-as, reduz a influência nas eleições e no clube.

Agora, vem essa taxação ilegal, por ser abusiva e arbitraria, apanhando o setor mais popular dos sócios. Se perguntarem para o doutor se ele quer que os sócios paguem o preço arbitrado, ele irá dizer que sim, mas no fundo pretende que não.

Eu lamento pela torcida que está sufocada pelo arbítrio.

Mas a cada dia, Petraglia vai ganhando a razão não apenas pelo que faz, mas principalmente pela omissão dos atleticanos.