Guerra dos mundos

Na Baixada, pelo Paranaense, Atlético 2×1 Maringá, com 6 mil pagantes. Da simplicidade da frase que resume a notícia, destacam-se dois fatos: a vitória e o número de torcedores.

A vitória, por estar no campo da obrigação, mesmo com um time que agora chamam de aspirantes, era previsível. E mesmo que fosse uma vitória forçada por um gol de bola desviada, como foi a do chute de Felipe.

O fato relevante foi o público pagante: não há mais motivação, não importam as circunstâncias, que explique um jogo do Atlético na Baixada com 6 mil pagantes.

Qual é o mundo real que vive o Atlético?

É aquele reconhecido pelos europeus como o clube de maior poder econômico da América do Sul, ou esse que sensibiliza apenas 6 mil torcedores para irem vê-lo na majestosa Arena da Baixada?

Dirão que o fato de ter poder econômico não tem relação com o número de torcedores na Baixada. Não associar uma coisa à outra é absoluta falta de lucidez, pois é dos fatores econômico e financeiro que origina o seu poder popular. Dirão, também, que o jogo foi pelo Estadual, que é inexpressível e contra o Maringá, que é um time de segunda. Essa é uma desculpa envelhecida, porque um clube com o poder do Furacão, tem obrigação de esgotar as atrações de um jogo em si próprio, sem depender de outros fatores.

O que o Atlético faz é viver em dois mundos, sempre fazendo prevalecer o mundo material em desprezando ao seu objetivo, que é a satisfação do seu povo através de conquistas no campo.

Perigo começo

No Couto Pereira, Coritiba 1×1 Prudentópolis, com 6 mil pagantes. Da simplicidade da frase que resume a notícia, destacam-se dois fatos: o empate e o número de torcedores.

O número de torcedores não tem apenas como motivo o fato de que a torcida coxa, ainda, está sob o impacto do rebaixamento. Há outro fator mais grave: com um acadêmico de técnico, que todos sabem que deverá ser substituído nos primeiros fracassos, e mantendo a base do time anterior, há um ranço de segundona. Mas tudo isso já era esperado, tornando o público pagante previsível.

O empate é que tem relevância.

Dominado no primeiro tempo pelo frágil Prudentópolis, que marcou com Fernando Gomes, o Coritiba só conseguiu o empate com o meia Parede, com uma sobra aleatória de bola. Sem organização, e forçando a dependência em Kleber (esse é um fato que deve de imediato ser analisado), o Coxa conseguiu uma ou outra chance. Muito pouco para ameaçar o bem arrumado Prudentópolis.