Grande final

Há divergências, concordo, mas estamos de acordo com um fato: com Paulo Autuori como seu fio condutor, o Atlético tornou-se um time de grandes esperanças na Baixada. Em maior ou menor grau, usando ou não o diferencial da grama sintética, oscilando as suas virtudes e defeitos em em razão da formação jovem, sempre foi intenso. Nos últimos tempos imbatível, sempre usou a tática de rebaixar os adversários com toque e velocidade. Marcando território no Brasileiro, intrometendo-se no poder central, tornou-se um terror. Na Baixada, quando nada mais se espera, ainda tem uma bola sobrando para Pablo e André Lima.

Bem por isso, chega à última rodada do Brasileiro para jogar como favorito a uma vaga para a Libertadores. E com justiça, deve ganhá-la. E se não fosse o bastante, carrega um pouco de sorte: seu adversário é o poderoso Flamengo, o seu mais rico e mais antigo freguês, vem com a vida bem resolvida, e sem Diego, seu melhor jogador.

E em momentos decisivos como esse jogo, quando não há dois lados da mesma folha (é tudo ou nada) é bom ter um técnico como Autuori: por não ser populista, não corre o risco de ter um ataque de demagogia com inventos táticos repentinos para imprimir ao Atlético um querer fora dos seus limites.

Com uma Baixada lotada, não haverá ambiente para decepções.

Consolo

A despedida do Coritiba, em Campinas, contra a Ponte, só não será mais melancólica porque Paulo Cesar Carpegiani o salvou da sarjeta da segunda divisão. Só mesmo o imediatismo de Carpegiani para enfrentar o sistema de desordem criado pela falta de comando. Com a sua personalidade forte, que às vezes o torna irriquieto, o gaúcho fez de tudo.

Para arrumar onze no meio de quarenta jogadores, formou, mudou, surpreendeu, improvisou e virou os coxas do avesso para salvá-lo. Carpegiani acabou sendo a sorte e o juízo que faltaram à diretoria do Coritiba.