A força da camisa

Nós, cronistas esportivos, quando não encontramos (ou não queremos encontrar) um fato para explicar o resultado de um jogo de futebol, sempre procuramos pelo imprevisto. É cômodo, porque por ser subjetivo, ninguém pode duvidar.

Vejam só, até Nelson Rodrigues – que foi o maior de todos nós – criou uma espécie de fantasma, a quem deu o nome de “Sobrenatural de Almeida”, que seria o responsável por tudo de ruim que acontecesse com o Fluminense, seu clube de coração. Eu mesmo, o menor de todos nós, muitas vezes trato de acalmar os sentimentos, apontando o Furacão como vítima da injustiça.

A propósito, pergunto: camisa ganha jogo?

Pergunto, porque o Atlético, joga contra o Maringá, cuja história é possível contar em uma página. Esse Maringá não é o histórico Grêmio Esportivo Maringá, tricampeão do Paraná, em 1963, 1964 e 1977. Era o “Galo do Norte”, do saudoso Nilo (lateral-direito). Maurício, Roderley (zagueiro, e que zagueiro!), Zuringue (meio-campo), Edgar Belisário (atacante, e que goleador!), Didi, Nivaldo Carneiro e Ferreirinha.

Se esse aspirante do Atlético continuar com dificuldades para fazer gol, sem o amparo da torcida que sumiu, então terá que pedir ajuda à força da camisa. No futebol atual, se o time não jogar, a camisa termina o jogo, desbotada.

Antes do ponderável e do imponderável, o Atlético precisa, também, cuidar da arbitragem.

Só para os atleticanos interessa o Furacão na final.

Jogo de iguais

Já teve um tempo que campo e torcida eram fatores objetivos para indicar o favorito de um jogo. Às vezes, decisivos. Hoje não são mais quando há igualdade entre os dois times.

Paraná e Londrina são iguais.

E a igualdade torna-se ainda mais rigorosa, porque o Tricolor com Rogério Micale e o Tubarão com Marquinhos Santos no comando técnico ganharam força ao mesmo tempo.

Deve ser um interessante jogo esse da Vila.