É o que temos

O futebol não permite mais fantasias. Não adianta recorrer ao romantismo do passado para amenizar a realidade presente. O Campeonato Paranaense começou e poderia muito bem lembrar disputas que deixaram marcas históricas.

Com o Atlético e o Coritiba jogando mais com a força da camisa do que do time, temos que absorver o amadorismo disfarçado do interior (Londrina e Cianorte como exceções), por times formados por jogadores que parecem peões contratados para uma rápida empreitada.

Não fosse a RPC trocar o interesse comercial por sua lealdade ao Paraná (estado), é possível afirmar que a maioria dos clubes não teria como jogar. Se os clubes dependessem só das iniciativas e alternativas da Federação Paranaense de Futebol, talvez nem campeonato iria ter.

Menos mal, que o regulamento afasta-se do óbvio, que era a previsão certa dos classificados para a segunda fase. O que é fraco sendo óbvio, constrange e humilha. O sistema que elimina, pode, nesta realidade, não provocar emoção entre as torcidas dos grandes, mas, no mínimo, provocará curiosidade.

Às vezes, os fluídos de comando desse campeonato são tão negativos, que tudo pode acontecer. Atlético e Coritiba se cruzando na segunda fase, por exemplo.

Política

A cada ato que pratica, o presidente Namur está dando fortes indícios que iniciou a sua campanha para ser candidato na política. Até agora, todos os atos são populistas. O preço do ingresso bem popular, a ilusão de um ciclo de jovens da base (coisa que o torcedor gosta), o treino aberto para a torcida, e agora um café da manhã para 20 associados. Um bom café da manhã não sai barato para quem não nega que tem as suas finanças limitadas. Por enquanto, não há como dissociar o presidente do político.
Resta saber o que será feito quando a bola não entrar.

Verdade

Não há parede que guarde segredo no futebol.

Em São Paulo, caiu para mim, em uma conversa genérica sobre futebol, que o motivo principal para Seedorf não assumir o comando do futebol do Atlético não foi a comissão exigida pelos intermediários. Foi o de que o holandês, também, seguindo a cultura da Europa, investe no futebol, inclusive em direitos de jogador. Se é verdade (e a minha fonte é sadia), Mario Celso Petráglia deveria ter explicado esse motivo.