Desculpa futura

Aos trancos, o Grêmio ganhou do Pachuca (1×0), e vai decidir o Mundial de Clubes. E só conseguiu na prorrogação o gol de Everton, quando os mexicanos que já não tinham qualidade, estavam estragados fisicamente.

O Grêmio surpreendeu pela falta de uma virtude que lhe sobra: a personalidade para se impor. Os gaúchos pareciam dominados por uma angustiante transe, causando o temor em ser eliminado por um time primário. O Grêmio tinha medo de fazer do Pachuca o Mazembe, aquele que fez o Internacional passar a maior humilhação da sua história.

Com seus movimentos travados, com um esquema até previsível, incentivou o Pachuca a ser um time chato. E quase mortal, quando uma bola desviada de cabeça, passou rente à trave direita oposta a que estava o goleiro Marcelo. Durante todo o jogo, o time brasileiro não foi tão grande, e o mexicano não foi tão pequeno. Em condições normais, nos 90 minutos, foram iguais.

O Grêmio ganhou e deve enfrentar na final contra o Real Madrid, em um jogo no qual não tem nada a perder. Às vezes, é bom decidir com o Real Madrid. Sobram argumentos para uma derrota.

Guerra política

No futebol, em uma eleição, um candidato que perde tem dois caminhos: aceitar a derrota, ajudar o clube ou ir para a casa. O doutor João Carlos Vialle não quer nenhuma dessas coisas. Não conformado em perder a presidência do Coritiba, está batendo no Judiciário.

Pode até existir uma causa, e justa. Pode até receber benefícios e anular a eleição. Mas uma coisa não tem decisão judicial que anule: o fato da maioria dos sócios preferir Samir Namur.

Mas, talvez, nessa investida da chapa derrotada, surja a grande chance do Coritiba corrigir o erro que levou a eleição de Samir Namur: concluir que nenhum dos três candidatos atende os seus interesses e que um outro coxa deve ser escolhido.