Derrota em cor cinza

Na Arena da Baixada, Atlético 0x1 Corinthians. O jogo serviu apenas para dar provas definitivamente de um fato: como é deprimente o futebol brasileiro. Nosso futuro campeão é esse Corinthians, que ganha no lance casual de Giovanni Augusto, depois de se submeter ao domínio do Furacão. Bem resumido, o futebol brasileiro está bem retratado nesse seu eminente campeão.

O jogo da Baixada foi apenas mais um jogo deprimente nesse campeonato. De um lado, o Corinthians: sem nenhum brilho técnico, desorganizado o que lhe privava do jogo no meio campo, jogava como se o futebol fosse um jogo de poker. Aposto, simulou e ganhou. Do outro, o Atlético Paranaense: um time absolutamente frágil, sob qualquer ângulo que seja analisado. A maior prova é que teve a bola durante 60 minutos. Sem profundidade, com um jogo raso, enganou a si próprio, acreditando nas farsas nominadas por Gedoz e Ribamar.

Há quem atribua que o caminho do Furacão foi errado, em razão do pênalti perdido por Nikão. Um pênalti perdido está na conta do jogo. Mais, ainda, um pênalti perdido por Nikão, que sempre é previsível. Um jogador que disfarça ter força, e que a cada jogo mostra estar decadente.

O futebol tem a capacidade de motivar o uso de metáforas para explicá-lo. Se é assim, é possível afirmar que o Furacão joga um futebol cinza como a Baixada. Um time sem alma, sem técnica, sem um único bom jogador, sem organização tática, e que continua sobrevivendo com a única coisa que lhe resta: o vermelho e preto da sua camisa.

Se é possível dizer que alguém jogou alguma coisa no Atlético, foi o zagueiro Paulo André. Jogou o que não se espera de quem está pensando em encerrar a carreira.