Derrota da arrogância

O Coritiba ganhou (3×0) e o Atlético perdeu (0x3). Uma coisa foi a vitória dos coxas. A outra, foi a derrota do Atlético. Em linguagem caipira, uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa.

Já escrevo sobre a vitória dos coxas.

Quando o treinador Paulo Autuori disse que “estava se lixando para a Libertadores, e o que interessava era o Atletiba”, escrevi aqui que era puro populismo para enganar a torcida atleticana. Para saber das intenções das pessoas, não é preciso conhecê-las. Bastam os seus atos.

Em um ato de traição à torcida que lotaria a Baixada, Autuori formou um Furacão desprezível:  do time que venceu o Flamengo, Thiago Heleno, Otávio, Lucho González, e Eduardo da Silva o núcleo da estrutura do time, não jogaram; e o time escalado parecia disciplinado para tratar o jogo como irrelevante, tamanha a desorganização tática. Autuori foi arrogante. Desprezou a torcida do Atlético, o Coritiba como rival histórico, e o que representa o Atletiba no espírito do povo. Não considero só a derrota, e tampouco só os números (3×0) para a análise do jogo. Mas o comportamento de Autuori, que enganando a si próprio, coloca-se como um semi deus, e que nesse estágio pode ser cínico e fazer a torcida de boba.

Foi absolutamente justa a vitória do Coritiba. É verdade que não pode ser dissociada do comportamento irresponsável do time de Autori.  Mas nenhum time, em um Atletiba, ganha de 3×0 só em razão das deficiências do outro. É preciso ter virtudes, e o Coritiba as teve de sobra: bem distribuído por Pachequinho, foi metódico a partir do gol no de início de Werley. Passando a explorar a desorganização tática do Furacão pela direita, usou o excelente Iago, que fez o segundo com falha do goleiro Weverton. Também, teve a sorte de contar com outro erro de Autuori, que abriu ainda mais o time com a exclusão de Nikão, transformando o Atlético em um time amador com três atacantes.

O terceiro gol de Kleber resolveu tudo. Deve ter resolvido o campeonato.

O melhor em campo foi Anderson.