Correndo do desconhecido

No piso da Rua XV da Galeria Ritz fica o salão de Cesinha. Cabeleireiro e coxa dos grandes, é daqueles que atraem pelo talento e simpatia. Entre os amigos e clientes está Mauricio Cezar, Superintendente da Polícia Civil do Aeroporto Afonso Pena. Coxa e dos grandes, provocou-me o tema dessa coluna. Diz, ai, Maurício: “O momento do Coritiba não permite que se corra o risco de escolher o desconhecido”.

A proposta da frase não pode ser encerrada com o seu efeito filosófico. A ideia que carrega é profunda. A interpretação é complexa, porque parte de uma dúvida: qual o verdadeiro significado de “desconhecido”? Desconhecido, como adjetivo, é sinônimo de ignorado e oculto, mas pode ser misterioso e secreto.

Só que essa regra não serve, às vezes, no futebol. Penso que quem se propõe a ser candidato à presidente de um clube de intenso poder popular, como o Coritiba, tem que ter uma relação forte com vários segmentos. Não precisa necessariamente ter uma história passada. Talvez, essa história que passou já não seja mais relevante, porque nos dias atuais, valoriza-se a vontade futura.

O que o superintendente Mauricio quis dizer?

Fui embora e só agora lembrei que não lhe perguntei: o que é o “desconhecido” nas eleições do Coritiba?

Ajudem-me a responder, coxas.

Perigos

O dono do Atlético Mário Celso Petraglia não gosta de jornalista, nunca negou. Mas quando busca atender aos seus interesses, até jornalista serve. Já alguns dias, antes mesmo da demissão de Paulo Autuori, convidou para assumir o futebol do Atlético o jovem (35 anos) Marcelo Sant’Ana, cuja profissão de origem é a de jornalista esportivo.

Trabalhava em um jornal de Salvador, quando houve intervenção judicial no Bahia. Um desembargador nomeou-o interventor, passando a ser presidente.

Bem articulado, Marcelo não sabe nada de prática de futebol. Quase levou o Bahia para a segunda divisão.

Depois de Paulo Carneiro, pode vir Sant’Ana. Confesso que que não entendo as “paixões baianas” de Petraglia.