Cobras venenosas

Sempre respeito os coxas em razão de que o respeito não decorre apenas de princípio, mas da obrigação. Os rompantes parciais, sob o pretexto da paixão por uma causa, beiram o ridículo, quando já não passam por ele.

Agora e diariamente procuram fazer ironia sobre as arquibancadas tubulares que o Atlético construiu para não perder o mando de jogo com o São Paulo. Ignoram ou querem ignorar a verdade. O Atlético não adquiriu a posse do terreno para improvisar, como aliás muitos fazem até hoje, segurando pisos e cobertura com cabos de aço. Não se inicia já a execução da etapa final da Arena, porque foi necessário mudar o projeto, adaptando-o para quarenta e cinco mil pessoas em razão do crescimento extraordinário da torcida rubro-negra. Para quem não sabe, o lado do colégio será diferente do lado da Getúlio Vargas. Será igual a parte mais alta do estádio do Manchester United.

É maldosa a falta de respeito com o patrimônio do Atlético.

Escreve-se com maldade. Vai além, extrai-se a maldade com características de inveja. Não existe sentimento mais violento que o ser humano possa externar. Esquece-se que durante muito anos, o grandioso Estádio Antônio Couto Pereira não passou por uma revisão séria, por um teste de engenharia, por uma carga de força. Passou anos sem receber um laudo da autoridade estatal que era um local seguro. No entanto, foi tratado com respeito. Não pela imponência, mas pela base de ideal de sua gente que o construiu.

Existem cobras que envelhecem, que já foram pisadas na rua, mas não obstante antigas lições, não ganharam consciência da responsabilidade que se deve ter perante os valores de um povo.

Um dia o veneno acaba.

De primeira: O amigo Carneiro Neto faz aniversário. Viajando não consigo lhe falar e lhe abraçar. Daqui os meus respeitos. Carneirinho é uma alegria para os amigos. Aos 57 anos de idade, continua alegre e faceiro, desfilando o seu corpinho de 56 anos. Ao Carneiro, o meu abraço.