Amargo regresso

No Pacaembu, Palmeiras 1×0 Coritiba. Nesse momento, quando as coisas tomando o rumo que tomaram, só a vitória será surpresa para a torcida. A derrota, como regra, passou a estar na conta como previsível. O mais grave de tudo é que estar na zona do rebaixamento passou, também, a ser um fato natural. O placar de 1×0 sugere, em tese, equilíbrio.

Eis a ilusão que está programando o futuro coxa. O suposto bom jogo que fez é insuficiente para ganhar as seis partidas que os números exigem para alcançar a salvação. O que eu quero dizer é que a derrota para o Palmeiras não pode ser tratada como um problema. Há uma questão mais grave para ser enfrentada: Marcelo Oliveira, o treinador mais vencedor nos últimos anos no futebol brasileiro. Convenhamos, contratar Marcelo não é pouca coisa.

Neste momento, é o grande responsável pelo estágio do Coritiba. E digam se eu não tenho razão: Marcelo ganhou o contrato que exigiu, sabia do estágio técnico e individual do time, recebeu os jogadores que indicou (Cleber e Longuine) e teve semanas cheias para treinos. No entanto, o que se vê é um time inseguro, que é incapaz de manter um padrão no mínimo razoável. E já arrisco afirmar, que nem o próprio Marcelo é capaz de afirmar como o time pode chegar ao ponto que precisa.

Não gosto de fazer comparações, mas duas são inevitáveis: não me lembro que, com a direção de Pachequinho, o Coritiba tenha jogado tão inseguro taticamente como agora. A outra é com o fato passado: Carpegiani veio nas mesmas condições de Marcelo para salvar o clube do rebaixamento. E imediatamente após assumir, o Coxa passou a ganhar. Às vezes comparações são necessárias.

Parece que chegou o momento de Marcelo responder. Depois dos fracassos nos últimos trabalhos, Marcelo está na mesma canoa do clube. Se afundar, os dois morrem afogados por um tempo.