Os vários sintomas da arritmia cardíaca

Em algumas pessoas, a arritmia cardíaca acontece de maneira silenciosa, sem causar sintomas.

Em outras, o distúrbio é percebido pela falta de ar, desmaios, tonturas, dor no peito e por palpitações, aquela sensação de que o coração está “disparado”.

É claro que, muitas vezes, esses sintomas podem ser reações normais do organismo, afinal poucos passam incólumes a uma forte emoção. O “pulo do gato” está em reconhecer as diferenças entre um e outro, já que uma arritmia cardíaca é a principal causa ligada à morte súbita.

Para tentar conscientizar sobre a importância da prevenção e de como socorrer a vítima nesse momento, a Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (Sobrac) promove, no dia 12 de novembro, em todo o Brasil, a campanha Coração na Batida Certa.

Serão montados stands com telões, distribuição de folhetos explicativos e palestras informativas com demonstração de uso de desfibriladores. Em algumas cidades, a programação começa uma semana antes, com o atendimento gratuito às pessoas carentes.

Pessoas com doenças cardiovasculares, como infarto e doenças do músculo cardíaco, são afetadas com mais freqüência pela arritmia. No entanto, indivíduos saudáveis correm riscos.

“Inclusive atletas”, alertam os especialistas. Recentemente, foram presenciados alguns eventos fatais no futebol, devido à problemas cardíacos. O jogador do Benfica, de Portugal, Miklos Feher, de 24 anos, teve uma queda fatal no campo.

Na Copa das Confederações de 2003, o camaronês Marc-Vivien Foe desmaiou no meio do campo durante o jogo contra a Colômbia e morreu a caminho do hospital.

Ao vivo pela TV

O caso que mais chocou os brasileiros foi o do jogador Serginho, do São Caetano, cuja tragédia pôde ser vista ao vivo em rede nacional. Em um jogo contra o São Paulo, o atleta – que já apresentava problemas cardíacos, caiu em campo. Os médicos das duas equipes entraram em e iniciaram respiração boca-a-boca e massagem cardíaca no atleta.

Após três minutos caído no gramado, a maca entrou em campo, mas os jogadores dos dois times pediam que a ambulância fosse usada. O motorista, porém, não estava a postos.

Após alguns momentos de indefinição, o carro da maca levou o zagueiro para a ambulância. Após 15 minutos, Serginho foi levado para hospital, porém não conseguiu resistir e faleceu.

Estima-se que, no Brasil, ocorram mais de 300 mil mortes com origem cardiovascular por ano, representando 28% da mortalidade total do País. De acordo José Carlos Silva de Andrade, chefe do setor de estimulação cardíaca da Escola Paulista de Medicina/Unifesp, algumas arritmias podem ser benignas, no entanto, só a avaliação de um cardiologista ou eletrofisiologista é que pode confirmar esta afirmação. “Todas as arritmias têm tratamento, algumas têm cura”, enfatiza o especialista.

Exames periódicos

O presidente da Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (Sobrac) Leandro Ioschpe Zimerman, especialista em eletrofisiologia clínica invasiva, explica que as contrações ritimadas do coração dependem de um sistema que distribui uma corrente elétrica para todo o músculo cardíaco. Assim, qualquer alteração que aconteça no sistema elétrico, prejudica o ritmo dos batimentos, podendo ocasionar uma arritmia cardíaca.

A investigação do distúrbio passa por exames periódicos completos, pois as alterações responsáveis pela incidência de arritmias podem ser congênitas ou adquiridas durante a vida, como conseqüência, por exemplo, de um infarto no coração.

Além disso, algumas pessoas podem apresentar arritmias devido a fatores externos, como estresse, álcool, cigarros ou drogas. A prevenção é a melhor opção, já que dados internacionais mostram que 2/3 da redução da mortalidade em doenças cardiovasculares é resultado da educação, prevenção, novos medicamentos,, produtos e intervenções.

“Campanhas educativas e de conscientização como essa precisam ser feitas constantemente”, enfatiza o coordenador da campanha no Paraná, José Carlos Moura Jorge.

Campanha Coração na Batida Certa

O Dia Nacional de Prevenção das Arritmias Cardíacas e Morte Súbita, cujo slogan é “Seu coração pode não estar no mesmo ritmo que você” é parte de um projeto de conscientização e educação coordenado pela Sobrac.

A campanha marcada para o dia 12 de novembro mobilizará os principais centros de referência médica, que realizarão, dentre outras atividades, aulas educacionais sobre o tema. Além disso, disponibilizarão quiosques com distribuição de folhetos informativos à população e exibirão um vídeo da campanha durante as ações.

Outro objetivo da campanha é captar recursos para disponibilizar desfibriladores em ambientes extra-hospitalares, como vias públicas, aeroportos, shopping centers e estádios esportivos.

O desfibrilador é um aparelho que emite descarga elétrica em caso de parada cardíaca e pode fazer o coração voltar a bater no ritmo adequado para bombear o sangue.

Atividades em Curitiba

” No dia 12 de novembro, das 9h às 17h, haverá postos de distribuição de folhetos e de informação na Boca Maldita.” Médicos mostrarão como funciona o desfibrilador externo automático (DEA), medirão a pressão arterial e treinarão a população para manobras de ressucitação.